Foto: reprodução

O que foi comentado aqui, neste espaço, acabou de ser confirmado com a reportagem do programa dominical Fantástico, na TV Globo, sobre as compras superfaturadas de máscaras e respiradores. Na entrevista que concedeu, o governador Antonio Denarium (sem partido) alegou que não sabia do pagamento antecipado de R$6,4 milhões! Um absurdo.

E as notícias indicam que Denarium continua administrando ao estilo “marido traído”, ou seja, o último a saber. Também deve ter sido o último a tomar conhecimento de vídeos e fotos que circulam nas redes sociais mostrando lixo hospitalar espalhados pelos corredores e ainda a sala do Grande Trauma do Hospital Geral de Roraima (HGR) totalmente alagada, como se fosse um rio passando entre macas e cadeira de roda.

Tudo isso em meio à crise do coronavírus vírus, em que a higienização é imprescindível para garantir o combate à pandemia. Enquanto Denarium dava desculpas ao Fantástico, os funcionários da limpeza do HGR paralisavam seus trabalhos por falta de pagamento.

O coronavírus chegou para desnudar a incompetência e o descaso que esse governo vem tratando a saúde pública desde que Denarium assumiu ainda como interventor, na primeira semana de dezembro de 2018. De lá para cá, foram seis trocas de secretário de Saúde. O ex mais recente era adjunto e assumiu sob escandalosa denúncia de assédio sexual e moral, o que foi ignorado pelo governador. Só aí dá para ter a ideia da falta de zelo com a Saúde.

Com a aquisição de respiradores a preço superfaturado e pagamento adiantado na conta da empresa, sem que o governador traído soubesse de nada, o então secretário foi substituído sem que Denarium fosse a público dar explicações.

Com o escândalo em nível nacional divulgados na TV, somente aí Denarium sentiu-se pressionado e anunciou medidas, como a criação de uma força-tarefa jurídica na Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) a fim de acompanhar e analisar os processos de compras e contratações naquela pasta.

Essa medida foi tomada com um ano e meio de atraso, revelando o pouco caso do governo Denarium com um setor importante e que já mostrava ser um antro de corrupção desde o início, quando o primeiro secretário se demitiu fazendo graves acusações. Foi preciso se tornar um escândalo nacional para esse governo tomar uma medida séria, ignorando até então tudo o que vinha ocorrendo.

Denarium só comprovou que não tem o domínio de sua administração e só tem se preocupado com grandes projetos do agronegócio e de seus amigos empresários.  Até aqui o seu governo não apresentou plano para nenhum setor, a não ser o agronegócio, que não gera emprego e renda.

A Saúde é apenas a fratura exposta dentro de um governo sem plano qualquer.  Denarium continua perdido, achando que só externar  apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) seria o suficiente para continuar tendo apoio popular.  Não dá mais para tolerar a lerdeza desse governo. O coronavírus exige ações rápidas e certeiras na política de saúde pública, que agora é prioridade máxima. Demagogia e populismo não funcionam nesse tempo de incertezas. O povo quer decisões seguras e transparentes como garantia de um futuro certo daqui para frente.

*Colunista

1 comentário

  1. Basta dizer que são 7 mil cargos comissionados, quando o ministério publico recomena apenas 3000. O menor estado brasileiro, que tem a menor renda, e com tantos comissionados

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