O que a prefeita Teresa Surita (MDB) tanto almejava ocorreu: Boa Vista receberá R$82 milhões de verba para a prevenção e combate ao coronavírus. É muita grana que não pode ser deixada sem fiscalização nas mãos de uma política que se nega a dialogar com o governador Antonio Denarium (sem partido) a fim de discutir estratégias para esse momento crítico.
Quem conhece a prefeita é sabedor de que ela gosta de gastar em propaganda e marketing, usando recursos públicos no enaltecimento de sua imagem e da sua administração. Até máscaras em ônibus Teresa mandou colocar dentro dessa tática de puro marketing, uma vez que ela assumiu o papel de “senhora Covid”.
Quando tem alto volume de recursos em caixa, Teresa trata logo de privilegiar setores dos da cidade dos quais pode tirar proveito, em antigas práticas de inversão de prioridades. Exemplo: enquanto mandou recapear a Avenida Ene Garcez, asfalto sobre asfalto, no Centro, onde o asfalto sequer precisava de reparos, nos bairros da Capital a lama e o atoleiro passaram a ser o cenário nesse inverno, logo nas primeiras chuvas.
Essa área central, na Ene Garcez, onde está todo o complexo Ayrton Senna, representa um projeto pessoal de Teresa, onde sua política da estética é tratada com todo esmero. Ali come recursos aos montes, em obras de reforma e ampliações constantes, inclusive por lá tem a reforma da reforma, como ocorreu no espaço em frente ao Cine Super K. Como ninguém diz nada, ela segue com sua política.
É por isso que os órgãos fiscalizadores precisam estar atentos, mais que nunca, para não ocorrerem situações como a da aquisição superfaturada de respiradores pelo Governo do Estado, sobre a qual o governador Antonio Denarium (sem partido) faz silêncio até hoje. E ainda a compra de cestas básicas e máscaras pela própria Prefeitura de Boa Vista.
Para justificar os gastos de alta soma de recursos, é bem provável que a prefeita decrete lockdown em Boa Vista, fechando a cidade por completo, o que significaria menos possibilidade de as pessoas transitarem na cidade e visualizarem o que está sendo feito ou deixando de ser feito na Capital. Daí a importância de a fiscalização estar atenta, a exemplo do Ministério Público, o qual parece ter dificuldade de enxergar o que ocorre no município, em uma miopia surpreendente.
A sociedade não pode se perder no medo e pânico em um momento em que os políticos estão com grana pública em mãos. A tática de aterrizar é antiga. Ou já se esqueceram que, por longos anos, pregaram a paranoia da internacionalização da Amazônia para desviar a atenção do povo de Roraima, enquanto eles metiam a mão? Não fechem os olhos. É tudo o que eles querem…
*Colunista