Há mais circo de horror que organização no plano de combate e prevenção ao coronavírus em Boa Vista, que abriga a maioria da população roraimense. As quilométricas filas nas agências da Caixa Econômica Federal e casas lotéricas se tornaram a vergonha das autoridades, que pregam uma coisa na imprensa e nas redes sociais, mas que na prática não passa de um placebo social.
A prefeita Teresa Surita (MDB) prega ostensivamente o isolamento social, com regras rígidas para o comércio, mas não consegue impor as regras nas filas do banco para receber o “vale corona” do Governo Federal. Esses locais se tornaram focos preferenciais de contaminação.
No Twitter, Teresa choraminga que a Polícia Militar deveria ajudar na fiscalização, mas ela não faz o mínimo esforço para formalizar parceria com o Governo do Estado. Ao contrário, faz uma disputa política com o governador Antonio Denarium, contra o qual ela faz de tudo para parecer a “rainha do coronavírus”, como se fosse um “governadora estadista”.
A prefeita diz que o número de guardas municipais reduziu devido à contaminação de seis deles, porém não abre mão de ter na guarita de sua casa, um latifúndio no bairro Cidade Satélite, dois guardas municipais que servem de vigilantes de luxo para a família e empregados da empresa do marido, que planta mogno na propriedade. As contradições são muitas entre o que Teresa fala e pratica.
Na Feira do Produtor, a Prefeitura impôs regras, impedindo entrada de carros e posicionando pessoas nas entradas do local para cobrar uso de máscara e jogar água e sabão nas mãos dos consumidores. Porém, os funcionários regram o uso do produto por ter pouca quantidade. Para economizar, o produto é aplicado em pouca quantidade apenas numa das mãos. Nesta quinta-feira, por volta do meio-dia, o funcionário do portão principal não tinha mais o desinfetante para pingar numa das mãos das pessoas.
É assim que se desenrolam as ações municipais, com a diferença enorme entre o que a prefeita diz nas redes sociais e o que a Prefeitura pratica. Teresa deveria descer do pedestal, mostrar a cara na rua, comprovando que realmente está trabalhando e se unir ao Governo do Estado em nome da população, visando não só aplicar medidas para o povo, mas também soluções para evitar o caos econômico, cujas principais vítimas serão os autônomos e microempresários. Mas não. Ela se soca dentro de sua mansão de onde se posta como a porta-voz do caos.
Enquanto faz o papel de senhora do Covid-19, Teresa vai fazendo sua campanha de marketing, inaugurando a obra de instalação de placas solares no Teatro Municipal, que está fechado e sem previsão de receber plateia por um bom tempo. Sua festa política continua, enquanto manda todos assistirem Live dentro de casa, sem a população saber o que o futuro reserva a todos depois que tudo isso passar. Mas Teresa sabe: ela quer realizar sua meta política de ser “dona de Roraima”.
*Colunista
Essa peste cancerígena tem que ser defenestrada de Roraima pelo bem de todos.