A quantidade de sepultamentos diários em Manaus, uma das capitais mais afetadas pela pandemia do coronavírus, subiu de 30, em média, para mais de 100, desde o início da crise. O crescimento repentino dos enterros levou o serviço funerário a mudar o protocolo de atendimento. Nesta segunda-feira, 21, os caixões passaram a ser enterrados em uma vala comum no cemitério municipal Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã.
A medida foi adotada para acelerar os sepultamentos, já que a abertura de covas individuais leva mais tempo e exige mais funcionários. O sistema de “trincheira”, palavra usada pela prefeitura no lugar de “vala”, é feito por uma máquina da construção civil. De acordo com a administração municipal, todas as sepulturas serão identificadas para preservar os laços familiares.
Segundo o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), a pandemia de Covid-19 colocou Manaus em estado de calamidade. Em nota, a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana informou que foram instaladas duas câmaras frigoríficas no cemitério, que “estão sendo utilizadas para o armazenamento dos caixões, enquanto os familiares aguardam o momento do enterro, sem a necessidade do veículo do SOS Funeral ficar aguardando a liberação, já podendo retornar à base para novo chamado”.
Manaus tem 193 mortos pelo coronavírus até agora, com 2.270 casos confirmados. Segundo o último boletim epidemiológico do coronavírus, divulgado pelo Ministério da Saúde na segunda-feira 20, as capitais que apresentaram os maiores coeficientes de incidência por 1.000.000 de habitantes foram Fortaleza (1.007), São Luís (899), Recife (850), São Paulo (789) e Manaus (762).