Uma pesquisa feita pela consultoria Quaest, divulgada nesta segunda-feira (13) pelo jornal Valor Econômico, do Grupo Globo, revelou a lista de prefeitos das capitais brasileiras que tiveram suas popularidades movimentadas, positiva e negativamente, pela pandemia do novo coronavírus.
Segundo o levantamento, a prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (MDB), teve o sexto pior resultado do país, com queda de 8,6% da popularidade, ficando a frente apenas de Marcelo Crivella (RJ), que perdeu 24,7% de apoio; do prefeito de Macapá, Clécio Luis, que perdeu 24%; o prefeito de Vitória, Luciano Rezende, que perdeu 19,5%; o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, que perdeu 17,7%; e do prefeito de Teresina, Firmino Filho, que perdeu 10,6% de apoio.
As medidas adotadas (ou a ausência delas) foram determinantes, segundo a pesquisa, para avaliar os índices de popularidades dos gestores públicos. Em Boa Vista, além da fragilidade do sistema público de saúde, para atender à demanda provocada pela pandemia, outro fator tem sido levado em consideração: a economia. Desde que governo e prefeitura publicaram decretos determinando o fechamento do comércio não-essencial, que ações de fiscalização, multas e medidas, começaram a ser vistas por parte da população como excessivas para uns e liberais para outros.
“Tivemos a loja fechada, não deu nem para argumentar [com a Guarda Municipal] porque a prefeitura entendeu que aqui a gente não precisa trabalhar. Não somos essenciais. Lava-jato, oficina, material de construção… para eles [município] isso pode, vender ovo de Páscoa na Páscoa não. E olhe que aqui todos estão tomando todos os cuidados necessários e seguindo rigorosamente todas as recomendações de saúde”, contou uma funcionária.
Medidas polêmicas
Além de notificar a loja de doces na zona Leste de Boa Vista neste fim de semana, na última sexta-feira (10), uma dupla sertaneja que fazia uma transmissão de um show-solidário na capital teve a apresentação interrompida pela Guarda Municipal, ainda que, segundo os artistas, não houvesse aglomeração.
“A maior intenção da live além de ajudar era ajudar os nossos músicos. 80% da banda são de pais de família, que precisam da música para se sustentar. São irmãos nossos e estamos preocupados em ajudar”, disse um dos cantores, na ocasião.
Outra medida mal vista aos olhos do eleitorado boa-vistense diz respeito a algumas praças da cidade. Em algumas delas, as luzes não estão sendo acesas, para evitar que a comunidade tenha acesso aos espaços públicos.
“Nem a população e nem a Guarda. Tá tudo escuro, abandonado de noite, e quem usa droga está adorando. As praças estão sendo reservadas só para eles. No escuro e sem polícia. O crime vai tomar conta do bairro”, disse um estudante que frequentava um dos espaços para a prática de atividades físicas durante o período da noite.
A reportagem perguntou se a prefeita pretende se pronunciar sobre os resultados do levantamento e aguarda resposta.
