Roraima vai vivenciar a ruptura dos seus leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) em algum momento entre maio e junho, caso não sejam construídos novos leitos e intensificado o isolamento social horizontal. É o que indica uma simulação de cenário feita por oito pesquisadores da Escola de Engenharia e da Faculdade de Medicina da UFMG.
O estudo, publicado como nota técnica nesta semana, disponibiliza aos governos estaduais (incluindo o Distrito Federal) um modelo matemático por meio do qual os gestores poderão projetar e atualizar diariamente a estimativa para a data de ruptura do sistema de saúde (ocupação total dos leitos comuns e/ou de UTI) do seu estado e estimar a quantidade de leitos adicionais necessária para atender a todos os infectados que demandarem atendimento.
Na hipótese mais otimista, os leitos de UTI em Roraima poderiam se esgotar no dia 6 de junho. Caso o estado tenha uma curva moderada de infecções por coronavírus, a previsão seria antecipada para o dia 24 de maio. No pior cenário, com diagnósticos positivos com índice de 2% da população, o sistema pode entrar em colapso a partir do dia 17 de maio.
E de acordo com o estudo, Roraima, assim como os outros estados, caminha para a previsão mais pessimista. Os pesquisadores vêm percebendo uma piora gradativa nas estimativas, com o esgotamento dos leitos ocorrendo cada vez mais cedo.
“A rápida propagação do vírus tem colocado à prova os sistemas de saúde dos estados e de todos os países, e muitos deles já entraram ou ainda entrarão em colapso, ou seja, faltarão leitos gerais e de UTI para atender as demandas de internação relacionadas ao novo coronavírus”, registram os pesquisadores.
Esta situação é vivida pelo Amazonas, estado vizinho a Roraima. Com mais de mil casos confirmados de coronavírus e com 100% das UTIs ocupadas, o hospital Delphina Aziz, referência no estado para combate ao Covid-19, entrou em colapso. Nesse sábado (11), o Ministério da Saúde confirmou que Manaus receberá o segundo hospital de campanha do governo federal.
Os pesquisadores alertam ainda para a necessidade dos gestores de saúde estimarem a demanda por leitos gerais e de UTI em seus estados para se antecipar a ela, “visando à redução dos impactos causados pela falta de leitos e, consequentemente, reduzindo o eventual número de óbitos e aumentando o número de pessoas recuperadas”.
Não vai! Volto aqui depois para dar as notícias!