Para evitar que seus familiares ficassem expostos à contaminação pelo novo coronavírus, profissionais da saúde que atuam no Hospital Geral de Roraima (HGR), decidiram, por conta própria, alugar outros imóveis e dividir as despesas, evitando que outras pessoas tenham contato com eles. A atitude foi vista pelos colegas como uma prova compromisso com a saúde pública.
Porém, diante do aumento da procura por imóveis na área residencial próxima ao hospital, um dos profissionais, que está dividindo uma casa com mais duas amigas, diz que também notou o aumento no preços dos aluguéis.
“Comecei a procurar apartamento nos bairros próximo ao hospital. Achei estranho os valores 40%, 50% mais caros. Aí encontrei uma casa em outro bairro e decidi dividir com mais duas amigas que saíram de suas casas devido seus pais serem do grupo de risco [pessoas com doenças pré-existentes e idosos]”, disse um farmacêutico.
O profissional conta que apesar da dificuldade inicial, a distância e os novos gastos, tem certeza de que a medida foi a melhor a ser tomada nesse instante.
“Tenho receio de contaminar minhas tias, que já são idosas e também moram na mesma casa que eu. Estamos em um ambiente onde o vírus está circulando, com certeza, e não podemos, ainda que paramentados e seguindo todas as recomendações sanitárias, nos tornar vetores”, pontuou.
Para uma enfermeira que também optou por deixar sua casa para não arriscar a saúde do pai, hipertenso e diabético, quem puder, deve ficar em casa.
“Só nós que estamos na linha de frente sabemos como essa doença maltrata. Se protejam, protejam seus idosos. Não é brincadeira. Fiquem em casa”, alertou.
Até agora, 63 pessoas testaram positivo para a Covid-19 em Roraima. Três pessoas podem já ter morrido pela doença no estado, mas um laudo ainda não foi concluído.