O corpo de uma mulher de 74 anos que supostamente morreu de covid-19 no Hospital Geral de Roraima (HGR) foi retirado da unidade na noite desta quinta-feira (9) e colocado num carro funerário. Ela estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) 1. Segundo uma fonte ligada à Saúde, esse setor recebe somente pacientes com coronavírus.
A paciente era cadeirante e morreu na tarde desta quinta. Ela tinha diabetes e hipertensão e foi internada na terça-feira (7). O governo chegou a publicar mais cedo em uma rede social a informação da morte de uma senhora de 74 anos por coronavírus, depois voltou atrás e alterou o post. A prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, chegou a informar o mesmo com base na publicação do governo.
Familiares da paciente estiveram no hospital hoje à noite e se revoltaram com o desencontro de informações sobre a morte dela, e não permitiram que o corpo fosse retirado do local até ser apresentada a declaração de óbito atestando a morte por covid-19. A Polícia Militar precisou ser acionada.
Depois de muita confusão, o hospital informou à família que não havia confirmação da morte por coronavírus e o corpo foi liberado, mas ressaltou que os cuidados para velório e sepultamento deveriam ser adotados pelos parentes. As informações são de uma fonte que presenciou o momento de impasse.
Um servidor do HGR assegurou à reportagem que a paciente estava numa área voltada para internados com covid-19.
“Ela estava na UTI 1, que recebe as pessoas com esse tipo de doença”, disse, acrescentando que médicos e demais funcionários estão revoltados devido à falta de equipamentos de proteção para trabalharem nos plantões.
“Vamos elaborar um documento hoje à noite [quinta, 9] e entregar para o sindicato e Ministério Público para mostrar que a gente não trabalha só com diabetes e hipertensão. Os pacientes assintomáticos [de covid-19] vêm para cá também e temos que atender. Todo o hospital está sem equipamentos de proteção”, reclamou.
Procedimento
O velório e funeral de pacientes confirmados ou suspeitos da covid-19 não são recomendados devido à aglomeração de pessoas em ambientes fechados. Nesse caso, o risco de transmissão também está associado ao contato entre familiares e amigos.
O velório deve ter prazo máximo de uma hora, em ambiente aberto no cemitério, e cada cerimônia pode ter até dez pessoas, sendo permitido revezamento entre familiares e amigos, que deverão estar paramentados com equipamentos de proteção individual (EPIs).
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) e aguarda resposta.