Lideranças de diversas comunidades limitaram o acesso e estão controlando a entrada nos territórios indígenas. Eles alegam que seguem recomendações do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) e, ainda, que estão preocupados com a proliferação do coronavírus. As informações são do Conselho Indígena de Roraima (CIR).
Conforme última atualização do ministério, já são 2.433 casos e 57 mortes registradas no Brasil. Em Roraima, o número de confirmados chega a 8 e 21 são suspeitos.
Para manter o monitoramento, os povos contam com o apoio do Grupo de Proteção e Vigilância dos Territórios Indígenas (GPVITI). São seis as comunidades da Terra Indígena Manoá Pium, na região Serra da Lua, em Bonfim, onde há um caso confirmado e pelo menos quatro suspeitos: Cachoeira do Sapo, Pium, São João, Cumaru, Manoá e Novo Paraíso.
Há bloqueio também nas comunidades Moskow, Jabuti, Truaru da Cabeceira e Serra da Moça, na região de Murupu, em Boa Vista, e Barata, Pium e Raimundão, em Alto Alegre.
O tuxaua Ronaldo Francisco Wapichana faz parte do grupo de vigilância da comunidade Jabuti, na Serra da Lua. Ele conta que, com a comunidade, tomou as medidas necessárias para prevenir o contágio por covid-19 e restringir o acesso de pessoas.
“A gente vem tendo o trabalho de fiscalizar a nossa comunidade. Temos que nos preocupar com o coronavírus, que tem assustado. Assim, controlamos a entrada de pessoas que vêm de Boa Vista e também do município de Bonfim”, afirmou.
Em Roraima, segundo dados da Secretaria Especial da Saúde Indígena (Ssai), há mais de 340 comunidades com uma população de 70.596 mil indígenas dos povos Macuxi, Wapichana, Ingarikó, Patamona, Taurepang, Wai Wai, Yekuana, Yanomami, Sapará, Pirititi e Wamiri Atroari. Ainda não existem casos de coronavírus confirmados nas comunidades.