Um professor de cursos preparatórios, de 32 anos, foi preso na madrugada de domingo (15) por guardas civis municipais após ter atropelado e deixado em estado grave um homem na zona Oeste de Boa Vista. Ele fugiu do local do acidente sem prestar socorro. No mesmo dia, em audiência de custódia, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Nessa segunda (16), a defesa entrou com um pedido de liberdade provisória, que ainda não foi julgado. O Código de Processo Penal (CPP) destaca que “o inquérito deverá terminar no prazo de dez dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão”.
Os guardas municipais relatam que estavam em patrulhamento pelo bairro Jardim Tropical quando encontraram o professor com seu carro parado no meio da rua. O capô do veículo estava amassado e o para-brisa quebrado e com vestígios de sangue, além de um dos pneus estourado.
Segundo os agentes, após ser questionado, o professor afirmou que havia atropelado uma pessoa nas proximidades de uma casa de show no bairro Santa Luzia, a cerca de quatro quilômetros do local onde ele foi encontrado. Ainda de acordo com relato dos guardas, o professor disse que estava fugindo quando o pneu do carro estourou, obrigando-o a parar o veículo.
Os GCMs entraram em contato com o Samu, que confirmou o atendimento de um atropelamento no local informado pelo motorista. A vítima teve politraumatismo e foi levada em estado grave para o pronto-socorro do Hospital Geral de Roraima (HGR).
Aos guardas, o professor admitiu ter ingerido bebida alcoólica antes do atropelamento, mas se recusou a se submeter ao teste do bafômetro. O veículo foi apreendido e ele levado para a Central de Flagrantes no 5º Distrito Policial.
O Ministério Público de Roraima (MPRR) se manifestou favorável à conversão da prisão em flagrante para preventiva, por se tratar “de homicídio tentado com dolo eventual, em razão do uso de bebida alcoólica e da gravidade das lesões, bem como não ter prestado socorro à vítima”, e a Justiça determinou que o professor fosse mandado para a Cadeia Pública de Boa Vista.
A defesa dele argumentou bons antecedentes e, no dia do acidente, diz que o professor ingeriu duas latas de cerveja. Ainda conforme o advogado Leonardo Padilha, o professor “foi surpreendido por um indivíduo que adentrou na frente de seu veículo vindo a causar inevitavelmente a colisão (sic)”.
Também segundo Padilha, seu cliente, após o atropelamento, trafegou por mais alguns metros e logo parou o veículo com o objetivo de retornar e prestar socorro à vítima, porém, foi abordado por uma equipe da Guarda Civil Municipal que o prendeu em flagrante. A versão difere da que foi apresentada pelos agentes em relatório, que aponta a admissão do professor de que havia bebido, atropelado a vítima e fugido do local.