Ex-secretário depõe à CPI em Brasília, pois alegou se sentir inseguro em participar de oitiva em Roraima Foto: Reprodução

“Não estou aqui na condição de julgar, muito menos tecer comentários sobre qualquer fato apresentado. Venho apenas como informante para falar sobre a situação da Saúde”. Com essa frase, o ex-titular da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) Allan Garcês abriu a oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que acontece em Brasília na manhã desta terça-feira (9). Ele ressaltou ainda que só falaria sobre o que pudesse provar e entregou documentos aos parlamentares.

Garcês pediu para ser ouvido em Brasília, onde mora, alegando se sentir inseguro para prestar depoimento em Roraima. Ele iniciou destacando que conheceu o governador Antonio Denarium em outubro de 2019, quando foram apresentados pelo ex-secretário de Saúde.

“Na primeira quinzena de novembro, recebi a visita de cortesia do governador no meu gabinete em Brasília, quando foi feito o convite para que eu assumisse a Secretaria de Saúde. Ele disse que a pasta estava passando por uma situação muito difícil e que me daria todas as condições para trabalhar, liberdade para montar equipe de trabalho e autonomia para gerir a Sesau e implantar políticas”, afirmou.

Garcês ressaltou ainda que os compromissos foram reafirmados quando ele chegou a Boa Vista, no dia 1° de janeiro.

“Havia uma forte crise na Saúde e uma greve de enfermeiros estava acontecendo, com fortes denúncias de má gestão. Consegui convergir com os grevistas e o movimento acabou”, disse.

Sobre a denúncia de assédio sexual a uma servidora pública, Garcês informou à CPI ter orientado a ouvidora a entregá-la por escrito para o governador, mas admitiu não ter tomado nenhuma providência em relação ao então adjunto, Francisco Monteiro. O deputado Jorge Everton citou que o ex-secretário não cumpriu com as obrigações ao não ter adotado nenhuma medida quando recebeu tal documento.

“O senhor não abriu um procedimento administrativo, não tomou medidas contra seu subordinado quando recebeu a denúncia de assédio?”, questionou o parlamentar. Garcês reafirmou que não agiu, pois, segundo ele, o fato foi relatado na última semana em que esteve no cargo.

Sobre o superfaturamento denunciado pelo ex-secretário, Everton ressaltou que há investigações antigas sobre o caso e comentou que Garcês não estava acrescentando nada novo ao depor para a CPI.

“Não há aqui graves denúncias. Perdemos tempo e recursos vindo à Brasília. Desde 11 de setembro estamos debruçados sobre processos gigantescos. Essa denúncia está sendo investigada há muito tempo, desde 2018, e sendo acompanhada pelo Ministério Público do Estado. O senhor não tirou a mágoa do coração e traz aqui informações pífias”, reclamou o deputado.

Até as 11h30 (horário local), Allan Garcês ainda estava sendo ouvido pelos membros da CPI. A reportagem tentou contato com o secretário Francisco Monteiro, mas sem sucesso. O Roraima 1 aguarda resposta do governo do Estado sobre as denúncias feitas pelo ex-titular da Sesau.

1 comentário

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here