*Matéria atualizada às 22h40 com novos números do Ministério da Saúde
Segundo dados do Ministério da Saúde, até este domingo (1º) havia 252 casos suspeitos de coronavírus no país (no sábado [29], eram 207) e 89 descartados. Das cinco regiões do Brasil, apenas a Norte não apresenta notificação do Covid-19. São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os estados que apresentam o maior de número de ocorrências. Dois homens que vieram da Itália recentemente foram os primeiros com resultado positivo para a doença. Eles estão isolados em suas casas na capital paulista.
O secretário estadual de Saúde, Francisco Monteiro, informou ao Roraima 1 que a pasta trabalha com acompanhamento intensivo para todas as situações, seguindo sempre o que preconizam os protocolos do Ministério da Saúde.
“Para estas situações, temos constituída uma comissão médica com infectologistas e clínicos que farão todas as avaliações”, destacou Monteiro, acrescentando que, até o momento, em Roraima não há nenhum caso sob avaliação ou em cumprimento de protocolo clínico pelos infectologistas.
As secretarias estaduais de saúde divulgam diariamente um boletim epidemiológico para atualização sobre o coronavírus. No documento, há explicações sobre os sintomas da doença, medidas de prevenção, orientações aos profissionais da áreas e planos de enfrentamento ao Covid-19, além de orientações sobre possíveis notificações e procedimentos que devem ser adotados.
Sem motivos para pânico
Em entrevista ao Roraima 1, o médico infectologista Mauro Asato informou que a transmissão do vírus depende muito dos deslocamentos de pessoas pelo país, principalmente em aeroportos.
“São Paulo, por ser a porta de entrada de muitos turistas, imigrantes e de pessoas que vêm de países onde há surto do coronavírus, concentra o maior número de casos. Pode ser que, com o passar do tempo, e com deslocamento para demais regiões, incluindo o Norte do Brasil, ocorram novos [casos], principalmente trazidos de fora”, destaca Asato.
Apesar dessa possibilidade, o infectologista diz não haver motivos para pânico e elogia a atuação do Ministério da Saúde. “É preciso separar o que é corona de outras doenças respiratórias, pois muitas têm sintomas parecidos. Até mesmo a malária tem semelhanças. Ainda assim, o coronavírus não tem a mesma gravidade que o H1N1 ou o sarampo”, afirma.
A recomendação, segundo Mauro Asato, é a de que as pessoas que passaram por países onde há surto de corona ou tiveram contato com indivíduos que foram a essas regiões, procure as autoridades sanitárias em caso de sintomas.
Asato ressalta que muitas secretarias de Saúde podem ter como maior problema fazer o diagnóstico e não ter espaço apropriado para deixar as pessoas com suspeita da doença em observação, principalmente por falta de infraestrutura adequada para receber pacientes com fortes sintomas da doença.
“É preciso haver estrutura adequada, material, profissionais devidamente treinados para receber casos suspeitos. Quem for diagnosticado com a doença e tiver sintomas leves, deve ser colocado em quarentena em casa”, acrescenta, lembrando que é necessário que se tenha cuidado com sintomas respiratórios e que atos de higiene, como lavar as mãos com frequência e corretamente, além do uso de álcool em gel e não compartilhar objetos pessoais, são medidas que ajudam a evitar a contaminação.
Para o infectologista, máscaras só devem ser usadas onde houver alta concentração de pessoas doentes. “Mas isso não se aplica somente ao coronavírus. Se estende para outros tipos de doenças, a exemplo de tuberculose, principalmente em ambiente hospitalar”, conclui.
Medidas preventivas
O Ministério da Saúde recomenda como medidas de prevenção ao novo coronavírus:
– lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, ou usar desinfetante para as mãos à base de álcool quando a primeira opção não for possível;
– evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
– evitar contato próximo com pessoas doentes;
– ficar em casa quando estiver doente;
– usar um lenço de papel para cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, e descartá-lo no lixo após o uso;
– não compartilhar copos, talheres e objetos de uso pessoal;
– limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
Outros cuidados importantes são manter ambientes bem ventilados e higienizar as mãos após tossir ou espirrar. O ministério explica que não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo novo coronavírus.
Veja abaixo distribuição de casos suspeitos em quatro das cinco regiões do país:
REGIÃO NORDESTE
- Alagoas – um caso suspeito
- Bahia – 9 casos suspeitos
- Ceará – 6 casos suspeitos
- Paraíba – um caso suspeito
- Pernambuco – 5 casos suspeitos
- Rio Grande do Norte – 3 casos suspeitos
REGIÃO SUDESTE
- Espírito Santo – 2 casos suspeitos
- Minas Gerais – 17 casos suspeitos
- Rio de Janeiro – 19 casos suspeitos
- São Paulo – 136 casos suspeitos
REGIÃO CENTRO-OESTE
- Distrito Federal – 5 casos suspeitos
- Goiás – 5 casos suspeitos
- Mato Grosso do Sul – 2 casos suspeitos
REGIÃO SUL
- Paraná – 5 casos suspeitos
- Rio Grande do Sul – 27 casos suspeitos
- Santa Catarina – 9 casos suspeitos