A Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista informou nesta quinta-feira (27) ter elaborado um plano de contingência para o enfrentamento do novo coronavírus, que teve o primeiro caso confirmado no Brasil na terça-feira (25). De acordo com a pasta, as equipes das unidades básicas e do Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) foram treinadas e estão preparadas para atender possíveis casos.
O Ministério da Saúde afirmou que o plano construído pelos estados e municípios da Região Norte servirá de modelo para o restante do Brasil na luta contra a doença. A informação é a de que os servidores da Secretaria Municipal de Saúde passaram por capacitações durante todo este mês, com o objetivo de realizar a detecção precoce de casos suspeitos e adotar medidas de prevenção mais eficazes e efetivas para reduzir os riscos para a população.
Foram capacitados os profissionais da atenção primária, atenção especializada, os que atuam no Hospital da Criança, além daqueles do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Todos receberam as orientações básicas de manejo de casos suspeitos, do uso de medidas de precaução respiratória, higienização de mãos, superfícies e ambientes e, principalmente, sobre os cuidados para evitar a contaminação.
Domingos Sávio, médico infectologista do Hospital da Criança, passou algumas dicas sobre como agir em casos suspeitos da doença. Uma das principais recomendações é destinar a devida atenção para os hábitos de higiene.
“Lavar as mãos pode parecer uma ação sem importância, mas ela evita uma das causas mais recorrentes de transmissão de doenças respiratórias como esta”, afirmou.
Roberta Calandrini, diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica de Boa Vista, explica que as ações de prevenção contra o novo coronavírus são atitudes padrões tomadas pelos profissionais de saúde para todas as doenças de transmissão respiratória, adotadas rotineiramente, com ênfase na lavagem das mãos, na oferta de máscara para os pacientes com sinais e sintoma de gripe durante a espera para o atendimento.
“As capacitações foram feitas para intensificar as recomendações aos nossos profissionais, mas já são medidas a que eles estão habituados fazer para se proteger e proteger o paciente”, explicou.
A diretora ressaltou ainda que o paciente para ser considerado como caso suspeito de infecção pelo novo coronavírus deve atender à definição de casos do Ministério da Saúde.
Dicas
– Evite áreas de grande aglomeração;
– A lavagem das mãos deve ser feita com água, sabão ou também álcool em gel;
– Caso esteja gripado, use lenços descartáveis ou cubra o rosto com o antebraço, pois evita o contato da mão com a secreção do nariz;
– Não levem os filhos para escola quando estiverem gripados; eles podem piorar e também transmitir para outras pessoas.
Conforme o Ministério da Saúde, o coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (SARS-CoV-2) foi descoberto em dezembro do ano passado, após casos registrados na China. A doença recebeu o nome de COVID-19.
Indícios de casos suspeitos
Primeiro: Febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais, entre outros) e histórico de viagem para área com transmissão local, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas;
Segundo: Febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais, entre outros), com histórico de contato próximo de caso suspeito para o coronavírus, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas;
Terceiro: Febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais, entre outros), mais o contato próximo de caso confirmado de coronavírus em laboratório, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas.