As chuvas que caíram no fim de semana serviram para lembrar da carência de Boa Vista por drenagem e asfaltamento de ruas principalmente nos bairros mais afastados do Centro.  Se nas áreas centrais, onde a Prefeitura de Boa Vista costuma atuar, os alagamentos complicaram a vida do cidadão, na periferia foi muito pior.

No bairro Nova Canaã, por exemplo, houve casas invadidas pelas águas.  Relatos semelhantes pipocaram nas redes sociais durante a chuvarada de domingo. Em bairros como o Senador Hélio Campos, a rotina de ruas e avenidas alagadas se repete a qualquer chuva. Por lá, as famílias ficam ilhadas por todo o período do inverno e basta qualquer chuva para provocar imensos transtornos.

As propagandas municipais indicam que estão sendo asfaltados 200km de vias públicas, mas o que a Prefeitura não explica é que a maioria dessas obras é para recuperar o asfalto deteriorado por anos por falta de uma simples manutenção, quando um pequeno buraco logo se transforma em cratera.

Em alguns desse locais, as ruas e avenidas são asfaltadas sem antes ser realizada a obra de drenagem, o que significa que logo surgirão alagamentos, com a rápida transformação em vias esburacadas.  Sem manutenção devida, o dinheiro público vai para o ralo em poucos anos, pois será necessário novo recapeamento desses trechos, como está ocorrendo neste momento na cidade.

Ruas e avenidas que realmente recebem asfaltamento pela primeira vez são em número reduzido, em especial nos bairros periféricos.  Quem quiser ter uma ideia dessa realidade, basta dar um passeio pela cidade depois dessa chuva que caiu em Boa Vista.  Aí a pessoa irá ver que temos duas cidades: uma nas áreas centrais, razoavelmente asfaltada e florida; e outra na Zona Oeste, sem asfalto, esburacada, sem drenagem ou de ruas de terra batida tomadas por imensas lagoas.

E ainda existe uma terceira cidade, uma irreal, que só existe na ficção criada pelos institucionais da Prefeitura e nas redes sociais da prefeita Teresa Surita (MDB). Infelizmente, a grande maioria da população vive na segunda cidade, aquela onde a maquiagem nem chega, ou chega apenas nas avenidas principais.  Porém, quando a chuva passa, muitos acham que estão vivendo dentro da cidade que passa nas propagandas municipais.

É uma amnésia misturada com  lavagem cerebral.  Só pode ser esta a explicação.  Lembrando que já havia recursos federais para obras nesses bairros que sobraram do ano anterior. E o Governo Federal já descontingenciou os R$30 milhões reivindicados pela prefeita por meio de fake news.  Com essa chuva, é hora de cobrar a continuidade dessas obras.  Urgente! Antes que a prefeita “esqueça” essa chuva do fim de semana e não se lembre de novo que tem recurso federal aos montes em caixa.

*Colunista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here