Aumento do número de vereadores já valerá para a próxima legislatura (Imagem: Divulgação)

Essa legislatura que aí está na Câmara de Boa Vista, caminhando para o fim de mandato, não teme mesmo qualquer avaliação popular ao aprovar, de supetão, o aumento do número de vereadores de 21 para 23. É legal, mas flagrantemente imoral diante das atuais circunstâncias em que o Estado se encontra, à beira de um colapso.

Atendendo ao pedido dos presidentes de partidos, obviamente os vereadores estão pensando em suas reeleições, e as agremiações partidárias de olho em seus interesses eleitorais. Ao povo só resta aceitar ou indignar-se, uma vez que a Câmara tem autonomia para decidir sozinha, soberana. E a conta vai chegar para o contribuinte pagar sem qualquer retorno à coletividade.

Aumentar o número de vereadores significa aumentar o número de políticos sustentados pelo contribuinte sem que a maioria trabalhe de verdade, principalmente fiscalizando a correta aplicação dos recursos públicos, obrigação esta não cumprida pela ampla maioria que está ocupando uma cadeira na Câmara de Boa Vista.

Boa parte dessa legislatura vai encerrar seu mandato com o currículo recheado de projetos dando nome a ruas ou concedendo diploma de honraria a personalidades. Outros nem isso. Vão cumprir seus quatro anos no bem-bom da missão de serem submissos ao Executivo municipal, agindo por interesse exclusivo do grupo político que comanda Boa Vista.

É dentro desse contexto que aumentar o número de vereadores torna-se vergonhoso e uma afronta ao cidadão que paga imposto. O risco é colocar mais parasitas para sobreviver do dinheiro do contribuinte sem trabalhar ou, pior, trabalhando em benefício da politicalha, como se tem visto na cena política brasileira.

Boa Vista precisa primeiro pensar em sobreviver a essa grave crise que se avoluma com o êxodo em massa de venezuelanos. Depois precisa pensar como vai pagar a dívida que vai ficar resultante de empréstimo federal feito pela atual administração. Somente depois, muito depois, é que se deveria pensar em discutir se o povo aceita ou não manter mais dois vereadores em seus gabinetes refrigerados.

*Colunista

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