Semáforo no cruzamento das avenidas Brasil e Centenário impôs mais tempo de espera (Foto: Divulgação)

Conforme eu havia antecipado aqui, neste mesmo espaço, o semáforo instalado na rotatória do cruzamento das avenidas Centenário e Brasil, na altura do posto Karakas, não iria resolver de forma alguma a mobilidade no trânsito de veículos naquele setor da cidade.  Embora a sinaleira tenha colocado um ordenamento no local, impôs mais tempo de espera aos condutores.

Obviamente que as pessoas terão (e irão) se habituar a essa nova realidade, programando-se para sair mais cedo de casa ou mesmo pegando uma rota alternativa. Mas a solução definitiva – que deveria ter sido tomada há tempos – é a construção de um viaduto. Essa é a mesma realidade do semáforo do Ibama e das rotatórias do Trevo, do Caranã e da Avenida Carlos Pereira de Melo.

Mas a Prefeitura de Boa Vista gastou R$65 milhões, oriundos de um empréstimo junto à Caixa Econômica Federal, em um Plano de Mobilidade Urbana que nunca existiu, sem priorizar realmente os gargalos no trânsito boa-vistense.  Significa que vamos começar a pagar esse empréstimo sem que tenhamos uma solução para os sérios problemas no trânsito.

Uma administração comprometida com o bem-estar coletivo pensa no futuro, e não em um imediatismo que consome muito recurso sem resolver os problemas. A construção de viadutos e passarelas para pedestres já deveria ter sido priorizada há muito tempo, da mesma forma que foi pensado o viaduto no cruzamento das avenidas Glaycon de Paiva e Venezuela, na altura da Feira do Produtor, que hoje salva muitas vidas e favorece a mobilidade urbana.

A prefeita Teresa Surita (MDB) vai terminar seus 20 anos de mandato no comando da cidade com essa dívida imperdoável.  E se o próximo prefeito ou prefeita não der prioridade a isso, seremos uma cidade com um trânsito entalado nos semáforos e rotatórias, tornando-se a pior Capital para se locomover. Hoje esses pequenos engarrafamentos ocorrem em alguns semáforos nos horários de pico, inclusive no Centro.

Daqui a alguns anos, com o crescente número da frota de veículos, o agravamento será inevitável e insustentável.  Tudo porque não houve um estudo sério de mobilidade urbana nesses últimos anos. E só então os cidadãos vão começar a compreender o que é prioridade, isso a um custo muito alto, para só então começar a cobrar dos gestores que eles tomem decisões que já deveriam ter sido tomadas há um certo tempo.

*Colunista

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