A foto acima, que ilustra esse artigo, mostra um singelo campo de futebol, no bairro Caimbé,  rodeado de pés de mangueiras que foram podados por moradores da vizinhança a fim de tentar evitar que se tornasse ponto de prostituição de venezuelanas. Inútil, pois à noite o local se torna uma feira-livre do sexo.
Porém, neste mesmo local, onde havia um campo de futebol amador, era para estar funcionando uma creche pró-infância há pelo menos cinco anos.  Mas a Prefeitura de Boa Vista apenas licitou a obra, a empresa chegou a limpar e aterrar o terreno, fincando uma placa indicando os detalhes da obra.  Só que nada foi erguido no local, a placa indicativa da obra foi retirada anos depois  e a área abandonada voltou a ser um campo de futebol, desta vez com dimensões menores.
Essa é apenas uma das obras de creche abandonadas na Capital.  Ninguém sabe exatamente quantas são nem a Prefeitura de Boa Vista explica. Uma contradição sem precedentes, uma vez que a prefeita  Teresa Surita (MDB) se coloca como a “rainha internacional da primeira infância”.  Para tentar se livrar de críticas, ela determinou a imediata conclusão de três obras que estavam paralisadas no bairro onde ela mora, o Cidade Satélite, o mais populoso da cidade, onde ela oculta outras obras misteriosas.
As obras dessas três creches estavam abandonadas desde 2013 e representavam o retrato do descaso municipal com a infância boa-vistense.  Para concluir esses prédios, a Prefeitura teve que gastar o valor que daria para construir  novas três creches.  Outros prédios também estão sendo concluídos em outros bairros com um custo alto para os contribuintes que pagam imposto, valores estes que deveriam estar sendo utilizados para erguer novas escolas e enfrentar a falta de vagas nos bairros periféricos.
A pressa para concluir essas creches é porque a prefeita inventou que a instalação de estátuas de animais nas praças públicas seria um “investimento na primeira infância”. Mais uma falácia sabendo que, em vez de instalar as chamadas “Selvinhas Amazônicas”, ela deveria primeiro terminar a construção dos prédios de creches abandonados na periferia. As estátuas dos bichos enchem os olhos de quem vai tirar selfies para as redes sociais, enquanto obras abandonadas ficam ocultas e envoltas em mistérios.
A obra da creche que sequer começou a ser erguida no  Caimbé, bairro assolado pelas mazelas provocadas pela prostituição e imigração desordenada, é o mal exemplo de quem faz propaganda de si mesma sem antes cumprir com suas obrigações.   Essa selva urbana de creches abandonadas  não aparece nas redes sociais.   A demanda por vagas na educação infantil só aumenta, enquanto a prefeita brinca de “rainha da primeira infância” com sua Selvinha para enganar quem gosta de viver de aparências governamentais.
*Colunista

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