A Serra Grande, no município do Cantá, é um dos locais mais visitados nesta época do ano em Roraima. Por causa do período de chuva, várias cachoeiras se formam e se tornam os roteiros perfeitos para quem curte uma boa aventura. O Blog da Iara foi visitar a “janela do rio Branco” ou a “piscina da janela”, uma cachoeira que é um espetáculo da natureza e está a poucos quilômetros da capital do Estado.
Uma hora e meia de barco navegando pelas águas do rio Branco e contemplando a beleza da margem. A Serra Grande com seus quase 900 metros de altura de longe chama a atenção.
Esse trecho do rio Branco é bem diferente do que você está acostumado a ver, especialmente nessa época do ano. Ao invés de praias, rochas. Rochas antigas, um relicto maciço de granito de uma beleza de encher os olhos, e bem na beira do rio.
A trilha começa no sítio São Francisco, onde cobram uma taxa de R$ 15,00 por pessoa. Os primeiros, aproximadamente, 3 quilômetros são considerados tranquilos. Trilha limpa e de fácil acesso até chegar na cachoeira Véu de Noiva. Uma queda d’água que desce de uma grande pedra. Um momento de parar e se refrescar.
20 minutos e a viagem continua. Afinal de contas, aqui não é o nosso destino final. A partir de agora é subida e o terreno já não é mais tão plano. Pedras soltas obrigam o grupo a reduzir os passos e a começar a respeitar os limites de cada um. Pequenas paradas são fundamentais para descansar. Em determinado trecho, o guia coloca uma corda para ajudar na subida.
Thalita Fraxe começou a fazer trilhas recentemente a convite de uma amiga. Mas a sua história de superação iniciou mesmo há um ano e meio. Pesando mais de 112 quilos, Thalita resolveu emagrecer e colocar movimento na sua vida. “Eu perdi mais de 24 quilos e nunca imaginei subir uma serra. Talvez se soubesse não teria ido (rs). Brincadeiras a parte, eu venci mais um desafio na minha vida. Isso é bom! Tenho asma e sofri bastante na subida. Parei e fui respeitando os meus limites, mas cheguei lá. A sensação é maravilhosa. Quando cheguei lá em cima esqueci totalmente o quanto foi difícil, pois a paisagem é uma maravilha. Uma experiência incrível que eu quero repetir. A partir de agora as trilhas fazem parte da minha vida”.
Fernanda Bednarczuk é aventureira. Gosta de viajar e conhecer lugares diferentes. Quando recebeu o convite para fazer trilha na Serra Grande, não pensou duas vezes. A primeira experiência foi uma superação de limites. “Fiquei bem ansiosa e confesso que foi cansativo pela falta de costume. Foram 45 minutos subindo e cada uma das mulheres que estavam junto comigo foram superando suas limitações sempre com companheirismo uma da outra. A luva, um sapato adequado e água são itens importantes nessa parte da subida. Pouco a pouco a gente chega e quando senta, aprende a contemplar a natureza de um ângulo diferente”, destacou a estudante.
“É uma sensação de paz inexplicável. Eu percebi que as vezes é preciso sentar e prestar atenção na imensidão de paz que nos rodeia. A sociedade atual vive conectada com a internet e redes sociais, e essa experiência me fez refletir sobre isso, sobre a importância de desconectar um pouco do mundo virtual. Eu sou muito religiosa e essa experiência além de paz, também me trouxe a sensação de tá mais pertinho de Deus, parece exagero pra uma pequena aventura, mas é nas coisas pequenas que a gente descobre o valor de muita coisa. Algo impressionante. É realmente um espetáculo da natureza”, conta Fernanda sobre sua experiência.
E quando eu pergunto se ela quer repetir a dose, a resposta é imediata: “Já estou pensando nas próximas trilhas. Com a experiência da Serra Grande, já vou mais preparada pra próxima, e minhas dicas para quem vai encarar essa aventura são ouvir os conselhos do guia, estar com a roupa adequada e pensar em uma alimentação prática e o mais importante, aproveitar cada minutinho desse momento de lazer”.
Essa é a Serra Grande. Você vai uma vez, sofre, supera seus limites e se encanta. Depois, todos os anos você quer voltar para ter a mesma sensação. A Serra Grande é um espetáculo da natureza e precisa ser preservada e cuidada como um patrimônio natural de Roraima.