Embrulhada como presente de grego dentro do Plano de Equilíbrio Fiscal (PEF), a pactuação financeira que o governo Denarium (PSL) tentou empurrar de goela abaixo por meio de uma sessão extraordinária na Assembleia Legislativa, sob a etiqueta de “em caráter de urgência”, joga a conta para os servidores públicos pagarem por meio de redução salarial e demissões. O PEF pode ser resumido assim pelo governador: “Esqueçam tudo o que prometi na campanha eleitoral”.

A finalidade do Executivo estadual era aprovar tudo sem fazer barulho, rapidinho, numa sessão extraordinária na sexta-feira passada, quando a população mergulha de cabeça em seu WhatsApp com mensagens do tipo “Sextou!!!!”, comemorando logo cedo a chegada do fim de semana. Mas já havia sindicalista de olho no “pacote da maldade” e deputados que perceberam a jogada vinda do Palácio Senador Hélio Campos.

Em uma só tacada, a pactuação proposta por Denarium contraria o tópico número 1 do seu Plano de Governo 2019-2023 apresentado nas Eleições de 2018, como transparência da gestão pública, promoção da gestão participativa e valorização do servidor público. Veja aqui. O PEF entregue à Assembleia Legislativa não foi discutido com sua base aliada nem a sociedade organizada (muito menos os sindicatos) foi chamada para discuti-lo.

Os deputados já estão cientes que seus eleitores não vão aceitar a aprovação dessa pactuação sem que se saiba a extensão de sua maldada com o funcionalismo público nem qual é a parte que o governo vai cortar na carne, sem transferir o ônus para o cidadão que paga seus impostos e o eleitor que acreditou nas propostas de campanhas desse governo que aí está.

Sabemos que a situação do país não é boa e que ajustes amargos terão que ser feitos, mas isso não significa que somente o povo deve dar sua cota de sacrifício. É por isso que os deputados precisam colocar esse “pacote de maldade” do governo à mesa e discutir com a sociedade organizada. Aprová-lo no afogadilho, como quis Denarium e sua equipe, seria um duro golpe contra os roraimenses. Todos devemos ficar de olho no que está acontecendo, pois é o futuro do Estado que está em jogo.

*Colunista, idealizador do site www.roraimadefato.com.br

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