O atraso das aulas no interior do Estado e comunidades indígenas levaram a deputada Betânia Almeida (PV) à tribuna, nesta terça-feira (14). Em seu discurso, a parlamentar criticou a forma como o Governo do Estado tem tratado alunos, pais de família e empresários, que estão desde a metade do ano passado sem pagamento.
Betânia destacou que o Executivo atribui o atraso das aulas à falta de transporte público, mas segundo ela, os problemas são ainda maiores. “Depois de adiar o início das aulas no Interior por várias vezes, o Governo prometeu que até a primeira quinzena de maio, o ano letivo iniciaria. Mas nós vemos que ainda falta estrutura, material e profissionais”.
Sobre o transporte escolar, a parlamentar ressaltou que, atualmente, 63 empresários ainda aguardam receber o valor de R$ 15 milhões pelos serviços de transporte escolar. “Em campanha, o atual governador prometeu solucionar o problema. Depois que assumiu, Antônio Denarium cancelou os pagamentos”, enfatizou.
Em aparte, a deputada Ione Pedroso (SD) questionou o Executivo sobre os recursos recebidos pelo Estado para o pagamento dos serviços de transporte escolar. “Em dezembro, tivemos uma intervenção. O governador recebeu recursos de outubro, novembro e dezembro, e continua recebendo. Cadê o pagamento dos empresários que trabalharam na gestão passada?”.
Ione criticou a forma como as empresas são selecionadas pelo Estado. “Segundo a Lei 8.666, tem que haver publicidade, mas não sabemos quais métodos estão utilizando para contratação das empresas. Cadê o Ministério Público? A Polícia Federal, para cobrar o funcionamento desses transportes? ”, questionou.
Em seu discurso, Betânia falou também sobre o risco que os alunos do Interior correm de ficar sem escola. “Recebi um áudio de uma aluna do Rouxinho, em Mucajaí. A estudante relatou que após uma reforma mal feita, o governo ameaça fechar a escola. Para quê reformar, se a intenção é fechar? O pior é que depois da reforma, a escola continua sem estrutura”, complementou.
Lenir Rodrigues afirma que a falta de transporte não deve ser usada como desculpa para atraso no início das aulas
A vice-presidente da Comissão de Educação, Lenir Rodrigues (Cidadania), comentou que muitos impasses na educação podem atrasar o início das aulas, previsto para esta quarta-feira, dia 15. “O Estado está cometendo desídia, omissão, improbidade administrativa e coloca como desculpa o transporte escolar”.
A deputada lembrou que o seletivo dos professores indígenas, que deveria ter acontecido no mês de dezembro, apresenta problemas. “O seletivo deveria ter saído em dezembro, o governador já estava na intervenção, então, não tem desculpa. Tem recurso, o que falta é gestão”.
Em aparte, o deputado Dhiego Coelho (PTC) acrescentou que mesmo com o início do ano letivo previsto para esta quarta-feira, os alunos ficarão devendo horas-aula. Segundo ele, 68 dias foram perdidos. “A contabilidade não fecha, são 272 horas perdidas, ainda estudando aos sábados e domingos, os alunos irão entrar 2020 devendo aulas de 2019”, concluiu.