Foto: Arquivo pessoal / Facebook/ Faradilson Mesquita

O presidente da Federação das Associações de Moradores de Roraima (Famer), Faradilson Mesquita, está sendo acusado de suposto crime de estelionato. Um membro de uma associação filiada a entidade registrou boletim de ocorrência (BO) na tarde desta quarta-feira (16). Por outro lado, Mesquita se defende, afirmando que pessoas estão recebendo orientação para fazerem denúncias inverídicas contra ele e a federação.

A acusação é referente à venda de lotes, em um terreno de 529 hectares que fica localizado na RR-205, dentro do perímetro de Boa Vista, sentido município de Alto Alegre, próximo a um clube particular. Lá se pretende fundar o bairro Antonio Torres.

Uma das supostas vítimas é a senhora Neirilane Santos Tarazona, moradora do bairro Pintolândia. No boletim de ocorrência registrado no início na tarde desta quarta-feira (16), ela relatou que em 2017 foi procurada por Mesquita, que a convidou para se associar à Famer.

Ainda no documento, Neirilane disse que foi obrigada a se associar e depositar R$ 250 na conta da federação, para ter direito a um lote. Segundo ela, no dia 05/10/2017 depositou 320 reais, sendo 250 reais para o pagamento do lote e 70 reais para ganhar uma camisa da Famer e uma carteira da entidade. A senhora relatou também que no dia 17/10/2017 fez o depósito de mais 250 reais pela compra de mais outro lote.

“Faradilson havia prometido entregar os lotes no mês de dezembro de 2017, o que não aconteceu”, informou Neirilane, no boletim de ocorrência. “Depois ficou de entregar em dezembro de 2018 e depois passou para janeiro deste ano, e não cumpriu”, relatou.

Neirilane afirmou no BO que “Mesquita lesou 25 mil pessoas. Quero receber meus 570 reais de volta, mas espero que ele pague pelos crimes cometidos”.

O que diz Faradilson Mesquita

Faradilson Mesquita informou que as denúncias feitas contra ele acontecem porque existem duas pessoas que estão fomentando membros de associações filiadas a Famer, a agirem dessa forma.

“Sabemos quem são as duas pessoas que estão por trás disso tudo”, afirmou Mesquita. Ele contou que os dois estão agindo assim depois que a Famer solicitou uma prestação de contas, com a finalidade de que depois todos os membros soubessem para onde está indo o dinheiro arrecado e que entrou na conta da entidade, em uma conta na Caixa Econômica Federal.

“Ocorre que nesse processo, para que fosse feita a prestação de contas da Famer, eu solicitei que o líder fizesse a prestação de contas com o coordenador de área e esse comprovasse o depósito na conta da federação”, ressaltou Mesquita.

“Dos 17 coordenadores gerais, apenas esses dois não fizeram a prestação de contas e eles se negam a fazer isso, sob suspeita de que mais de 100 mil reais eles chegaram a receber de membros da Famer, e não depositaram o dinheiro na conta da federação”, afirmou o presidente da entidade.

“Estamos tentando fazer com que eles façam essa prestação de contas, mas disseram que iam fazer um movimento que seria uma denúncia na delegacia para expor a Famer de forma negativa. É lamentável que pessoas estejam se deixando enganar por esses dois cidadãos”, comentou Mesquita.

Queixa crime

Contra os dois cidadãos, Faradilson Mesquita garantiu que a Famer está tomando todas as medidas judiciais cabíveis. “Nesta quinta-feira [17] irei a todos os órgãos onde houve denúncia contra a Famer”, frisou.

“Contra as denúncias feitas injustamente, vamos preparar uma queixa crime tanto contra os membros de associações que estão sendo usados, como contra essas duas pessoas que estão usando os membros da Famer para difamar a entidade. Vamos provar que a Famer anda conforme a lei”, ressaltou Mesquita.

Números

O presidente da Famer informou que a federação tem pessoas inscritas, militantes e associadas. “Esses associados são, de fato, membros de associações filiadas a federação, porque pagaram a taxa de inscrição e fizeram cadastro na Famer”, disse Mesquita.

“Só está contemplado com o lote somente quem estiver em dias com as obrigações junto a Famer. Temos uma media de 3.500 beneficiados”, comentou o presidente da federação, dizendo que a informação de 25 mil associados não procede, assim como não exige pagamento de taxa por carteira.

Segundo ele, a área do loteamento tem 529 hectares de terra, o que dar aproximadamente 9.500 lotes. “É possível atender os membros e ainda ficaremos com sete mil lotes disponíveis”, garantiu Mesquita.

“O valor da parcela única é de 250 reais e o associado também vai pagar uma parcela única no valor de 160 reais para uma empresa que vai realizar o serviço topográfico da área, com a medição dos lotes, das ruas, entre outros serviços”, disse Mesquita.

Loteamento

Faradilson Mesquita garantiu que tudo está sendo realizado por meio do processo legal. “Temos que obedecer ao plano diretor de Boa Vista. Vamos entrar com um projeto de lei para tornar a área de interesse social para fins de moradia, e depois disso vamos entrar com um projeto topográfico, que esteja em acordo com a legislação, para q a Emhur [Empresa Municipal de Habitação e Urbanismo] aprove o projeto do loteamento e assim consecutivamente”, ressaltou.

“Nós da Famer não vamos chegar e pegar um grupo de pessoas e colocar dentro do terreno, pois depois o MP [Ministério Público Estadual], a Emhur e Polícia Militar vão dizer que há problemas com o solo, entre outras irregularidades”, afirmou Mesquita, garantindo que a Famer está entrando com o pedido de licença ambiental. “Mas vamos fazer dentro do processo legal”, reafirmou.

Conforme Mesquita, a Famer tinha uma meta de adquirir uma terra, mas seria preciso comprar o terreno. “Então pactuamos em uma assembleia geral, com os membros que quisessem entrar no projeto para adquirir o lote, e informamos que seria necessário pagar uma parcela de 250 reais, para comprarmos a área”.

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