A crise dos refugiados venezuelanos atingiu o auge em 2018, com milhões de pessoas tendo deixado o país fugindo da falta de alimentos ou acesso a remédios e saúde, além de perseguição política. De acordo com a ONU, “o movimento dessa magnitude é sem precedentes na história recente das Américas e a vulnerabilidade deles que deixam o país também aumenta”.
A entidade estima que precisará de US$ 738 milhões (R$ 2,9 bilhões) para dar assistência em uma crise que, em 2019, afetará 3,6 milhões de pessoas. Entretanto, nem todos migram para países da América Latina: os ricos buscam status de refugiado na Europa. Em muitos casos, empresários são colocados em albergues e disputam espaço com imigrantes sírios e líbios.
Grande parte dos venezuelanos, entretanto, entrou no Brasil através da fronteira com Roraima. A crise fez com que o governo Temer decretasse intervenção federal no Estado. Antes disso, a ex-governadora de Roraima, Suely Campos (PP), havia ido a Caracas e fechou um acordo para ajudar o presidente Nicolás Maduro na repatriação de refugiados. Porém, muitos que aderiram ao programa disseram que usarão a viagem de volta para rever a família e depois voltar ao Brasil.
O governo brasileiro havia aprovado uma Medida Provisória para ajudar os refugiados, com ações de assistência emergencial para os imigrantes que se refugiam no Brasil em razão de crises humanitárias em seus países de origem. Após as eleições, o presidente eleito Jair Bolsonaro sugeriu, disse durante cerimônia militar no Rio de Janeiro, a criação de campos de refugiados, “talvez, para atender aos venezuelanos que fogem da ditadura de seu país”.
Além disso, agências da ONU e entidades internacionais lamentaram e criticaram a decisão do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de se distanciar do Pacto Global de Migração. “É sempre lamentável quando um Estado se dissocia de um processo multilateral, em especial um (país) tão respeitável de especificidades nacionais”, declarou Joel Millman, porta-voz da Organização Internacional de Migrações (OIM).
Em 2018 uma caravana de migrantes da América Central se dirigiu aos Estados Unidos e as reações do presidente Donald Trump foram duras. Ele definiu a caravana como uma “invasão” e sugeriu que seja criada uma “barreira de pessoas” na fronteira sul do país para impedir que a caravana de imigrantes da América Latina avance. Na Ásia, os 150 mil refugiados rohingyas enfretaram problemas e a ONU classificou o êxodo em massa para Bangladesh como ‘limpeza étnica”.