Em seu ambiente de trabalho, você pode já ter visto e-mails de puro marketing pessoal ou mesmo conversado com colegas com egos inflados. Mas às vezes você pensa: ‘essa pessoa não faz nada de bom e sempre se dá bem na empresa’.
Pois é. Pesquisadores de uma escola de negócios britânica identificaram um perfil de funcionário que consegue demonstrar sempre estar ocupado e engajado no trabalho, mas que normalmente não faz nada de útil.
Um estudo de produtividade examinou 28 mil locais de trabalho no Reino Unido e encontrou muitos funcionários que pareciam estar “altamente comprometidos” em suas tarefas. Mas, em uma análise mais detalhada, esses mesmos trabalhadores foram caracterizados como “marqueteiros”, cuja falta esforço mínimo teve como consequência a redução da produção da empresa.
A pesquisa da Hult International Business School, em Londres, examinou o nível de engajamento em equipes de trabalhadores em sete diferentes setores da negócios, como saúde, transporte, governo e organizações sem fins-lucrativos.
O estudo encontrou funcionários altamente motivados e alguns que estavam claramente insatisfeitos e sem vontade de trabalhar.
No entanto, o levantamento encontrou uma contradição em algumas empresas: alguns funcionários se diziam altamente comprometidos, mas o trabalho em equipe e a produtividade estavam em baixa.
Em resumo, a pesquisa constatou que esses “marqueteiros” sabem fazer o jogo corporativo, mas não têm nada de especial, ou são incompetentes mesmo. O problema é que ele acabam prejudicando outros funcionários.
Eles podem aparecer constantemente em reuniões, ou se envolver em conversas que servem apenas para mostrar vantagem própria. Mas, além de jogar bem a cultura corporativa, os pesquisadores tiveram dificuldade em identificar o que eles realmente faziam de bom.
Os pesquisadores os rotularam como “pseudo-engajados”, em oposição aos “engajados” e “desengajados”.
Amy Armstrong, responsável pela pesquisa, disse que essa equipe “egoísta” minou o trabalho em equipe e prejudicou a produtividade da equipe. E, no sentido comercial, criaram um impacto negativo.
Por outro lado, a especialista diz que os “pseudo-engajados” podem ser incentivados pelos gestores a ter um desempenho melhor.
“O que ocorre é que eles normalmente eles são recompensados por esse comportamento”, diz.
Crescimento na carreira
Segundo Armstrong, os “marqueteiros” são mais propensos a receber promoções, melhores salários e bônus. Porém, usam esses benefícios para dedicar ainda mais seus esforços às suas próprias carreiras, em detrimento da produtividade coletiva.
De acordo com a pesquisa, esses funcionários se dão bem porque são focados em atingir os altos escalões da empresa, ou seja, apesar de ter produtividade ruim, eles conseguem se mostrar como competentes para seus superiores.
Os funcionários que passavam o tempo se promovendo em reuniões se beneficiaram mais do que os colegas que estavam apenas fazendo o trabalho sem “se vender” como especiais, segundo a pesquisa.
Outro ponto do estudo diz que os “marqueteiros” também despertam sentimentos como “níveis baixos de confiança e coesão” na equipe, além de “desunião, pouco coleguismo e apoio mútuo”.
Armstrong afirma que em algumas empresas “não há sentido para o trabalho em equipe” por causa dos funcionários que parecem se beneficiar de sua autopromoção.