Foto: Divulgação | Roraima já conta com mais de trezentas usinas instaladas em 8 municípios

O investimento em energia solar bateu recorde e chegou na casa dos 160,8 bilhões de dólares em 2017, um crescimento de 18% em relação ao ano anterior. Os dados são do relatório “Tendências Globais no Investimento em Energias Renováveis 2018”, publicado pela ONU Meio Ambiente. Foi a fonte energética com o maior investimento. O Brasil, por sua vez, amplia o potencial de oferta e instalação dessa fonte alternativa de energia.

O país tem uma incidência solar de 5,4 quilowatt-hora/metro quadrado, mais do que China e Estados Unidos. Em contrapartida, a capacidade instalada de geração é de apenas 1 gigawatt – a China, por exemplo, tem 130 gigawatts. Apesar disso, o cenário está se modificando. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil teve um impressionante salto de 407% no número de microgeradores de energia solar em 2016. Até 2024, a agência estima um total de 886,7 mil unidades consumidoras e uma potência instalada de 3,2 GW.

Um dos principais propulsores desse crescimento é o barateamento dos painéis solares. Nos últimos dez anos, a instalação desses equipamentos ficou 80% mais barata, de acordo com a Aneel. Esses dados estimulam o setor e fornecem informações valiosas para projetar o cenário em um futuro próximo. A expectativa da Bloomberg New Energy, por exemplo, é de que o Brasil tenha 10% da matriz elétrica composta por energia solar em 2030. Em 2040, esse percentual subiria para expressivos 32%.

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) acredita que a energia solar será a fonte energética com maior destaque e investimento nos próximos anos. De acordo com dados da associação, o crescimento é equilibrado em todos os segmentos, incluindo o meio rural. Os agricultores usam a energia solar para várias atividades, como bombeamento e irrigação.

Hoje, o estado brasileiro que mais investe em energia solar é Minas Gerais. Os mineiros possuem 20% de todas as instalações de energia solar do país, com 1.000% de crescimento do uso dessa fonte energética em dois anos – a média brasileira é de 17%.

Projetos bem-sucedidos de energia solar no Brasil

De acordo com reportagem publicada pelo Estado de S. Paulo, em 13 de abril de 2018, algumas empresas focadas em energia e engenharia elétrica já percebem esse potencial e investem no setor brasileiro de energia solar. A distribuidora Celesc é uma delas. Por meio do projeto Bônus Fotovoltaico, a companhia contemplou 1.200 residências de Santa Catarina com um subsídio parcial para instalação de sistemas fotovoltaicos.

“Para a distribuidora, precisávamos aprender um pouco da tecnologia, do ponto de vista operacional, dialoga com nossos valores de sustentabilidade e também dá oportunidade de criação de novos negócios. Esse mercado vai crescer muito nos próximos 10 e 15 anos, e temos interesse em conhecer a fundo”, disse Marco Aurélio Gianesini, gerente do Departamento de Engenharia e Planejamento do Sistema Elétrico, em entrevista para o jornal.

O sucesso do projeto foi surpreendente. Em Florianópolis, os 200 equipamentos disponibilizados pela empresa se esgotaram em apenas sete minutos. O sistema é mais caro, mas a redução na conta de luz compensa o investimento, sobretudo em longo prazo. O Comitê de Inovação e Sustentabilidade da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) também anunciou, no ano passado, um conjunto habitacional com energia solar.

Em 31 de maio de 2017, a CDHU lançou a licitação para a construção do primeiro conjunto habitacional com energia solar, em Aparecida, na região administrativa de São José dos Campos, com 62 moradias para famílias de baixa renda. A iniciativa possui baixo custo de manutenção e experiência com projetos-piloto implantados pela companhia. Os apartamentos, no entanto, não serão abastecidos exclusivamente por energia solar. Em dias nublados e à noite, as residências serão abastecidas com a eletricidade da rede.

“O Governo de São Paulo sempre esteve na dianteira de inovações para moradias de interesse social. A CDHU, em seus mais de 50 anos, já fez isso com os aquecedores solares para água de chuveiro, individualização da medição de água e agora vamos fazer isso com a energia fotovoltaica”, disse o secretário estadual da Habitação na época,  Rodrigo Garcia.

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