O diretor do Santander Roberto Campos Neto foi confirmado como novo presidente do Banco Central no governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). O economista Mansueto Almeida deve continuar no cargo de secretário do Tesouro Nacional, cargo que ocupa desde abril. A informação foi confirmada na tarde desta quinta-feira (15), em comunicado, pela equipe de Paulo Guedes, futuro ministro da Economia.
Para assumir o cargo, o indicado para o comando do BC terá que ser submetido a uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Após os questionamentos, ele ainda precisará ser aprovado pelos senadores que integram o colegiado e pelo plenário do Senado, com o voto favorável de 41 parlamentares.
“O economista Roberto Campos Neto aceitou o convite e terá seu nome indicado ao Senado Federal [que precisa aprovar a indicação] para presidir o Banco Central. Com extensa experiência na área financeira, pós-graduado em economia pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), Campos Neto deixa diretoria do Banco Santander, onde ingressou em 2000”, informa a nota.
“O economista Mansueto Almeida será indicado para permanecer no cargo de Secretário do Tesouro Nacional, que ocupa desde abril de 2018. Com extensa experiência no setor público, tendo passado pelo Ipea [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada] e ocupado outros cargos importantes no Ministério da Fazenda, é mestre em Economia pela USP e cursou doutorado em Políticas Públicas no MIT [Massachusetts Institute of Technology]”, diz o comunicado oficial.
Logo após a confirmação dos novos nomes da próxima equipe econômica, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, publicou uma nota oficial na qual elogiou o perfil profissional de seu substituto. Ilan também disse que sua saída do BC se dará por “motivos pessoais” e que fará a “melhor transição” no comando da entidade.
O presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, também manifestou apoio à indicação do próximo chefe do BC. “Roberto Campos Neto é um profissional com sólida formação e profundo conhecimento da área econômica. Desejamos a ele muito êxito no desempenho de sua nova função, tão importante para o desenvolvimento do país”, afirmou em comunicado.
Era o mais cotado entre 5 nomes
Roberto Campos Neto é neto do economista liberal de mesmo nome morto em 2001. Formado em Economia e com especialização na área pela Universidade da Califórnia, Campos Neto é o responsável pela tesouraria do Santander, banco no qual ingressou em 2000 como chefe da área de renda fixa internacional.
O executivo era o mais cotado para o cargo entre os cinco nomes avaliados. Na terça-feira (13), ele esteve no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília, onde a equipe de transição está trabalhando, e se reuniu com Paulo Guedes. Na ocasião, deixou o local sem falar com a imprensa. Um integrante do futuro governo chegou a elogiar o executivo, dizendo que ele era um nome muito bom.
Economista fez carreira em bancos
Roberto de Oliveira Campos Neto é brasileiro, nascido em 28 de junho de 1969. Formado em Economia, com especialização em Economia com ênfase em Finanças, pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
Trabalhou no Banco Bozano Simonsen de 1996 a 1999, onde ocupou os cargos de operador de derivativos de juros e câmbio (1996), operador de dívida externa (1997), operador da área de Bolsa de Valores (1998) e executivo da área de renda fixa internacional (1999).
De 2000 a 2003, trabalhou como chefe da área de renda fixa internacional no Santander Brasil.
Em 2004, ocupou a posição de gerente de carteiras na Claritas. Voltou ao Santander em 2005, como operador, e, em 2006, passou a chefe do setor de Trading.
Em 2010, passou a ser responsável pela área de proprietária de tesouraria (que cuida dos recursos do próprio banco) e formador de mercado regional e internacional. Atualmente é responsável pela tesouraria do banco.
Levy no comando do BNDES
Diferentemente dos oito ministros já anunciados, confirmados pelo próprio Bolsonaro em suas redes sociais, o nome do futuro presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Joaquim Levy, foi divulgado pela assessoria de Guedes, na segunda-feira (12).
Levy foi ministro da Fazenda no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e atualmente ocupava o cargo de diretor financeiro no Banco Mundial, em Washington, nos Estados Unidos.