A crise financeira que se instalou em Roraima, por conta do atraso no pagamento dos salários dos servidores públicos estaduais, surti efeitos negativos na economia local. O comércio está sendo um dos setores mais afetados, e há estabelecimentos que as vendas reduziram em até 30%.
Quem passou pelo Centro da cidade certamente percebeu o vazio nas ruas e nas lojas. Há empresários que lamentam o momento vivido pelo comércio local e pelos servidores estaduais que estão com o pagamento dos salários em atraso. Os lojistas esperam uma solução para amenizar o sofrimento dos funcionários públicos estaduais, mas acreditam que levará tempo, assim como o comércio local vai demorar para aquecer as vendas.
No quiosque de vendas de sorvetes, o empresário Alexandre Dourado afirmou que nesse período de seca, de calorão, as vendas reduziram, quando deveriam está em alta. “O movimento caiu muito, uns 25%. Nesse atual momento, digo que não está sendo fácil”, comentou.
Antonio Valcir da Silva, encarregado de vendas em uma loja localizada no centro comercial da Jaime Brasil, também disse que as vendas tiveram uma queda entre 30% e 35%. “Essa crise reflete de modo geral no comércio, e de maneira negativa. Quando o pagamento do servidor público está em dia as vendas são boas”, lembrou.
CDL – O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-Boa Vista), Edson Freitas, disse que Roraima é muito dependente da economia do contracheque, por mais que o PIB (Produto Interno Bruto) esteja igual entre os setores privado e público, a renda dos servidores representa a maior parte do consumo dentro do Estado.
“Qualquer problema que exista na folha de pagamento afeta diretamente a economia e o mercado como todo. Quem é comerciante sente de imediato”, ressaltou Freitas. Ele comentou que, quando sai pagamento do Estado, as vendas são aquecidas e continuam mantidas por meio de compras em cartão de crédito, suprindo essa queda.
“Aos finais de ano, a tendência é aquecer o comércio com o pagamento de salários e 13º, mas essa forte crise preocupa, porque o Estado é dependente do contracheque. Esperamos que essa crise seja sanada rapidamente, porque está chegando as festas de fim de ano e o comércio se prepara com aumento de estoque e contratação temporária, que estão tímidas”, ressaltou o presidente da CDL-BV.