Do Mirante do Paiva é possível observar uma das vistas mais deslumbrantes do pôr do sol na Serra do Tepequém. Uma mistura de cores pincela o céu no fim da tarde. Desse ponto, localizado a 600 metros de altura, o visitante tem uma visão privilegiada da Cachoeira do Paiva, um dos pontos turísticos mais conhecidos da Serra. Mas é o que não pode ser visto do mirante que está despertando o espírito aventureiro de algumas pessoas.
A partir da Cachoeira do Paiva, uma trilha ainda pouco explorada leva a uma das quedas d’água mais bonitas do local, a cachoeira da Laje Verde. São cerca de 40 minutos de descida, a maior parte na mata, sem sinalização e com travessia de corredeiras.
O percurso revela um lugar quase exclusivo para quem se dispõe a fazer o roteiro. Pela dificuldade de acesso, é necessário o acompanhamento de um guia. Também é recomendado ao visitante o uso de roupas e calçados apropriados para trilhas.
Foi essa cachoeira em especial que atraiu a jornalista Maria Cláudia Lima, 28, e mais duas amigas para a Serra do Tepequém. “Eu vi a foto da cachoeira na internet e combinei logo com minhas amigas que seria a primeira que iriamos visitar. Valeu muito a pena. Aliás, o Tepequém todo é muito lindo, um lugar especial”, contou.
Descobrir novos roteiros na Serra do Tepequém é uma das missões da guia Shâmara Saraiva. “Existe um trabalho da comunidade em explorar novos roteiros turísticos, que incluem cachoeiras, igarapés, mirantes, lagos e outros pontos ainda desconhecidos da maioria dos turistas”, explicou.
Por serem locais de difícil acesso exigem do turista disciplina e uma certa preparação física, alertou a guia. Shâmara divulga os roteiros em suas páginas nas redes sociais e tem visto o número de turistas de outros estados aumentar.
“A maior parte é do Amazonas, mas a gente também recebe visitantes de Minas Gerais, Pará e Ceará. Desde que começou a crise na Venezuela, os turistas de Manaus estão trocando as praias do país vizinho pela Serra do Tepequém”, completou.
A Serra do Tepequém está localizada no município de Amajari, norte de Roraima, a 210 km da capital Boa Vista. O acesso é por meio da BR 174 e RR 203. A Serra é um dos maiores potenciais do ecoturismo do estado, tem catalogados cerca de 25 pontos turísticos, entre cachoeiras, corredeiras, sítios históricos, cavernas, mirantes, vilas e o famoso platô. Alguns dos locais foram moldados pela atividade garimpeira que movimentou o lugar até o fim da década de 1980. Há alguns anos é o turismo que atrai os visitantes para o Tepequém.
Top 5 Tepequém
Com a ajuda da guia Shâmara Saraiva, o portal Roraima 1 selecionou cinco pontos turísticos que valem a visita, seja pela beleza, aventura ou história:
Cachoeira da Laje Verde: Queda d’água localizada abaixo da Cachoeira do Paiva, com trilha de cerca 40 minutos, sem sinalização, com travessias de corredeira e escalada em rochas. A caminhada contém trechos perigosos, por isso, é fundamental o acompanhamento de um guia.
Lago Esmeralda: Um lago de coloração esverdeada devido solo e a presença de microalgas. Foi formado pela escavação na época da exploração do garimpo de diamantes.
Cavernas do Igarapé Preto: Conglomerados de rochas que formam diversas cavernas esculpidas pela a ação da água. Eram exploradas por garimpeiros na busca por diamantes. É necessário o acompanhamento do guia.
Pedra do Rei Leão: É um mirante localizado na Cachoeira do Paiva, cerca de 15 minutos de caminhada. Do local, é possível apreciar o pôr do sol e a revoada de araras. O nome é uma referência à famosa cena em que Simba é apresentado para os outros animais, no filme de 1994.
Tilim do Gringo: Rochedo com uma fenda causada por explosão de dinamites para desviar o curso da água. Localizado na antiga Vila do Cabo Sobral.
Para visitar os locais citados é recomendada a contratação de guias turísticos. Dependendo do destino escolhido e da dificuldade de acesso, o preço pode variar entre R$ 50 e R$ 200 por pessoa.
É melhor se planejar
Para conhecer a Serra do Tepequém é importante reservar uma grana e se planejar. O local conta com 15 pousadas, cinco áreas de camping, pequenos restaurantes e casas para alugar, que costumam ficar lotados nos feriados prolongados.
Os preços variam de acordo com as instalações e a temporada. Em uma das pousadas pesquisadas pela reportagem, a diária de um quarto de casal em dias normais pode chegar a R$ 180. Em feriados, a mesma instalação fecha pacotes para três dias pelo valor de R$ 512. Em outra pousada, a diária varia de R$ 150 a R$ 300, em qualquer temporada.
O visitante mais econômico pode optar pelas áreas de camping e pagar em média R$ 20 a diária. As instalações contam com banheiro coletivo e área para barracas e redes. A estudante Geyde Pinho, 18, preferiu acampar e aprovou a experiência. “Achei tranquilo. É uma opção interessante e barata para quem curte o contato com a natureza e a liberdade”, disse.
Natureza, liberdade e muitas aventuras fazem parte dos roteiros turísticos da Serra do Tepequém. Dos mais tradicionais aos menos explorados, não faltam opções de passeios na terra do diamante.
Dicas:
Ter cuidado na estrada, principalmente, na subida e descida da serra, onde alguns trechos estão sem manutenção.
Levar dinheiro em espécie e, de preferência, trocado, pois a maioria dos estabelecimentos não aceita cartão.
Não fazer churrasco nos locais turísticos, o fogo pode se alastrar pela mata.
Recolher seu próprio lixo e levar quando sair da Serra.
Na Serra do Tepequém não pega sinal de celular, mas muitas pousadas e restaurantes disponibilizam wi-fi.
ok muito obrigado ajudou , e agora em 2021 já tem sinal de internet?