Os mau pagadores do governo de Roraima, Cecília Lorezon e Antonio Denarium. Ela, secretária de Saúde, ele, governador do Estado. Foto: reprodução/Facebook @antoniodenariumrr

Dados do Portal da Transparência do Governo do Estado de Roraima revelam que a Secretaria de Saúde (Sesau) já empenhou R$ 925,8 milhões apenas no início de fevereiro de 2025. A liberação do orçamento no sistema ocorreu no dia 29 de janeiro deste ano, o que indica que há recursos disponíveis. Por que, então, ainda assim, a secretária Cecília Lorezon e o governador Antonio Denarium (PP) assumiram para si a carapuça de dois velhacos – mal pagadores, para quem não conhece a expressão – do erário estadual? Daqueles que devem, não negam, e não estão nem aí para quando vão pagar. Sem honrar as dívidas da pasta, contratados e terceirizados, entenderam o que o “Cada dia Melhor” não serve para qualquer um.

A gestão tenta suprir suas incompetências com tentativas de terceirização de áreas essenciais e precarizadas pela falta de liderança e decisões assertivas, como tem sido o caso das Unidades de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Roraima (HGR), que enfrenta problemas corriqueiros de falta de medicamentos e insumos. Governador e secretária tentam repassar a bomba para ter alguém de fora para colocar a culpa. Graças à Assembleia Legislativa, esse absurdo foi barrado.

Nas lideranças, gente com pouca ou nenhuma experiência estão ocupando áreas essenciais e cargos de altíssima importância dentro da Sesau, como chefes de departamento e diretores de unidades, pelo simples fato de bajularem a madame da Saúde. Quem está na ponta, na luta de verdade, o servidor público, é quem tem levado a Saúde de Roraima nas costas, há anos. Graças a eles – e somente a eles – a saúde de Roraima ainda não afundou completamente.

A comandante tem uma visão limitadíssima de que o Poder serve para falar mais alto entre os subordinados. Cecília Lorezon não percebe que a fundação que sustenta a Secretaria de pé até agora, são os seus colaboradores. Detestada por praticamente todos que a cercam, a pouco proveitosa gestora continua brincando em seu conto de fadas de chefe intocável. Mas, como diz o ditado, a volta do anzol é sempre a mais aguardada.

Com tantos recursos em caixa, com o maior Orçamento de Roraima (R$1,3 bilhão para 2025), qual será a justificativa para a dupla de mal pagadores não honrar com as despesas da Sesau? Ele, inclusive, elegeu-se com o discurso de que Roraima “tinha dinheiro, mas faltava gestão”. E agora? Faltam os dois?

Clínica renal ameaça paralisar atividades

A Clínica Renal cobrou nesta quinta-feira (13), novamente, o pagamento da dívida acumulada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que já chega a R$ 10,8 milhões. A empresa enviou um ofício à Sesau nesta terça-feira, 11, destacando que, apesar da inadimplência, continuou prestando os serviços, mas precisa do pagamento para manter suas atividades.

A dívida refere-se a períodos de agosto, outubro e novembro de 2022; junho, julho e dezembro de 2023; outubro, novembro e dezembro de 2024; e janeiro de 2025.

A clínica informou que, caso o pagamento não seja realizado, suspenderá os serviços a partir do dia 14 de fevereiro. A inadimplência também afetou os funcionários, que ainda não receberam os salários de janeiro.

Médicos do HGR dizem que ficam meses sem salários

Médicos terceirizados que atuam na rede pública de saúde de Roraima denunciam o atraso de seus salários por cinco meses consecutivos, no dia 5 de fevereiro. A situação afeta ao menos 130 profissionais contratados pela Secretaria de Saúde do Estado de Roraima (Sesau), que prestam serviços em unidades de saúde essenciais, como o Hospital Geral de Roraima (HGR), a Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, a Policlínica Cosme e Silva e o Hospital das Clínicas.

A categoria publicou uma nota de repúdio nas redes sociais, expressando indignação e cobrando um posicionamento das autoridades estaduais, incluindo o governador Antonio Denarium e a secretária de Saúde, Cecília Lorenzon, sobre o não cumprimento dos direitos trabalhistas dos médicos. Os profissionais destacam que, apesar do atraso nos pagamentos, continuam prestando serviços essenciais, temendo represálias, como a exclusão de escalas de trabalho, caso se queixem da situação.

Dois empregos

O deputado Soldado Sampaio (Republicanos), presidente do Poder Legislativo, pede, inclusive,  demissão de Cecília do cargo de liquidante da Cerr, a Companhia Energética de Roraima, já que a referida senhora não tem dado conta sequer de sua atribuição principal, de secretária de Estado da Saúde. A pasta mais sofrida, sem sombra de dúvidas, da gestão arruinada do grupo progressista.

Uma maternidade que nunca ficou pronta. Um HGR onde tudo falta. Uma Secretaria que corriqueiramente enfrenta denúncias de atrasos, de carências e de ausências. Péssima em honrar com seus compromissos, a Sesau de Antonio Denarium virou um celeiro de sem talentos: um Chefe de Estado cassado quatro vezes. Uma secretária de Saúde que volta e meia é investigada pela Polícia Federal. Uma legião de bajuladores que ao invés de resolverem os problemas de seus respectivos departamentos, tentam encontrar novos culpados, mais fracos e menores, para saírem ilesos de tanta falta de capacidade para administração pública.

E o povo, na ponta, esperando a maternidade que foi inaugurada ano passado, ficar pronta de verdade. Até hoje, o galpão-maternidade Nossa Senhora de Nazaré, está sob tapumes, com um demão de tinta alí, outra de cal acolá. Tal qual o governo de Roraima: só o remendo.

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