Se a nova legislatura da Câmara Municipal de Boa Vista (CMBV) estiver comprometida, de fato, com a população da capital, sequer cogitaria uma terceira gestão do vereador Genilson Costa (Republicanos) à frente do comando daquela Casa. Recém-solto da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, por, segundo investigações da Polícia Federal, estar envolvido em grande esquema de compra de votos, e também, supostamente ter suas campanhas à vereador de Boa Vista, e à presidência da Câmara, financiadas pelo tráfico de drogas.
Sem usurpar o papel da Justiça e condenar antecipadamente o vereador, o caminho sensato é o do afastamento. Algo que deveria partir dele, para se dedicar à própria defesa, mas, como é sabido por todos, por conta própria isso não acontecerá. Portanto, compete aos demais integrantes do Legislativo municipal, sobretudo aos novatos, a oxigenação da Mesa Diretora da CMBV, e a renovação de comando para que os trabalhos comecem em 2025 com a honradez e licitudes necessárias àquela Casa que é um espaço de transparência, prestação de contas e de fiscalização. Elementos que definitivamente não condizem com a extensa lista de crimes que são imputados pelas polícias ao vereador Genilson Costa.
Por mais que o grupo do atual presidente, liderado pelo Senador Mecias de Jesus (Republicanos) e com o apoio irrestrito do governador Antonio Denarium (Progressistas), tente se perpetuar nos espaços de Poder, os vereadores não devem, sob hipótese alguma, ceder aos encantos propostos por esses políticos. Por mais força que eles tentem provar ter, usando inclusive o nome do Tribunal de Contas da União (TCU) para interferir nesta eleição dentro da CMBV, os novos vereadores da capital precisam mostrar a que vieram.
Os representantes do Republicanos em Roraima têm mostrado que são melhores nas negociatas do que no serviço entregue. Basta olhar para dentro da própria Câmara Municipal para ver a desordem, a forma como os gastos são geridos de maneira irresponsável, e pelo próprio histórico de seu presidente, que já teve a oportunidade de fazer bem feito em dois mandatos, mas não fez.
O que sua gestão à frente da Câmara conquistou até aqui foram as acusações dos crimes de associação criminosa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica, transporte ilegal de eleitores, violação do sigilo do voto, violação de sigilo funcional, prevaricação e lavagem de dinheiro. E esta não é a primeira vez que Genilson tem problemas criminais. Em 2022, a operação Tântalos, também da PF, já tinha cantado a bola da suposta ligação dele com o crime organizado. Como que, mesmo assim, ele foi reeleito para o comando da Casa? É algo que a gente consegue deduzir a resposta de longe, né?
Para dar fim a esse tipo de ciclo vicioso, de malfeitorias, é que a votação agora será aberta. Todos os vereadores terão que dizer em quem votam na frente de todo mundo, dia 1°, logo após a posse, na primeira sessão da nova legislatura, durante a escolha da nova Mesa Diretora.
Agora, com outra operação grande na conta, com muitas explicações a dar à Justiça e a sociedade, Genilson precisa saber a hora de tirar seu time de campo. Mecias de Jesus, sedento pelo poder, volta a colocar em risco a qualidade da política em Roraima, quando enfia garganta abaixo em sua base Republicana, a indicação de Genilson para continuar no comando da Câmara. Ações completamente reprováveis do ponto de vista ético, moral e legal. Elementos que o Republicanos em Roraima mostra desconhecer completamente.
Aos novos vereadores, fica o desejo da sociedade que a consciência de fazer melhor fale mais alto. Boa Vista não precisa de um novo Jalser Renier.