O governador Antonio Denarium (PP), começa a repetir os erros orçamentários que levaram à derrocada de Suely Campos, cinco anos atrás. Repete ainda o mesmíssimo modus operandi da ex-governadora: atrasa pagamentos de fornecedores e inicia obras sem dinheiro em caixa para concluí-las.
Após a aprovação do empréstimo de R$ 805 milhões, que endividará Roraima pelos próximos dez anos, o governador cassado já sabe que não ficará muito tempo no poder. Começa a adotar medidas de “contenção de gastos”, como a demissão de servidores comissionados, o atraso no pagamento de fornecedores e prestadores de serviço, além de evitar falar em datas próximas para a entrega de obras.
A última do governador foi anunciar que os concursos públicos e financiamentos estão suspensos por tempo indeterminado, até que a reorganização fiscal do Estado ocorra. E dá pra confiar em reordenamento orçamentário desse jeito? Isso aconteceu ao mesmo tempo em que o próprio chefe do Executivo estadual enviava recursos extras à Assembleia Legislativa de Roraima, do aliado Soldado Sampaio (R$ 11 milhões), e à Secretaria de Saúde do Estado, de sua amiga Cecília Lorezon, (R$ 30 milhões), sob a alegação de “excesso de arrecadação”. Essa conta não fecha.
Denarium pediu o empréstimo sob o pretexto de dar continuidade as obras que estão paradas, como a maternidade de lona, feiras públicas, vicinais, HGR, sede do Detran, sede da secretaria de Educação, parque Anauá, dentre tantas outras. Todas elas inciadas e paralisadas por falta de organização orçamentária de Antonio Denarium.
O homem que chegou a dizer que “salvou Roraima” das garras de Suely, que “tinha colocado a casa em ordem”, agora refaz os mesmos caminhos de sua antecessora. Já orientado sobre sua difícil situação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que revisará sua condenação e perda do cargo no TRE-RR, o governador cassado terá pouco tempo para “se preparar” para o pior.
Roraima segue farta de promessas não-findadas e obras essenciais não entregues. Enquanto, até agora, poucos aliados foram agraciados pelas “políticas públicas” de um governo que não sabe o que faz, o que quer, por quais caminhos seguir e, principalmente, que legado deixará aos nossos cidadãos.
Quem é vivo sempre aparece (ainda que só em ano eleitoral)
Sandro Baré (Republicanos), que pretende concorrer às primárias de seu partido para a escolha do nome que disputará a prefeitura de Boa Vista no ano que vem, ressurgiu das cinzas, após três anos sem aprovar um PL de sua própria autoria que atinja a grande massa na capital. Apareceu nas redes sociais para cobrar a prefeitura de Boa Vista pelo asfaltamento de ruas do bairro Senador Hélio Campos, onde, segundo ele, teria feito indicações de verbas impositivas da Câmara Municipal de Boa Vista para tais fins.
Consultada, a secretaria de Obras do município negou que qualquer um dos vereadores da capital tenha, em 2023, feito qualquer indicação para asfaltamento de ruas na cidade. Cada um deles têm, em média, R$ 1 milhão para escolher onde aplicar. O fato é que Sandro Baré não fez as indicações como disse em seu vídeo, segundo a prefeitura. E só apareceu para cobrar alguma coisa, em vias de iniciar um novo ano eleitoral. Típico da velha política que corrói Roraima.
Procuramos a equipe do parlamentar para saber qual o número de registro das indicações mencionadas pelo vereador, já que nenhuma delas consta no portal da Transparência da Câmara Municipal. Perguntamos para quais ruas foram destinadas, e quanto desse orçamento foi separado pelo vereador. A assessoria de imprensa de Sandro Baré informou que “não há ninguém no gabinete do vereador até a próxima segunda-feira (13), pois toda a equipe está em Manaus, portanto, não teria como consultar os registros de indicações feitas, no momento”.
Dentro do Republicanos fala-se que, com a desistência de Soldado Sampaio da disputa pela prefeitura no ano que vem, e a falta de confiança do senador Mecias de Jesus em apostar no nome do verador Ítalo Otávio, Sandro Baré quer se tornar uma opção viável para a sigla. Mas, enquanto isso, Mecias já se articula com o ex-deputado Chico Guerra para o lançamento do nome de sua filha, a deputada estadual Catarina Guerra (União Brasil) para essa disputa. Trabalho em vão, Sandro.
Fica difícil ser visto pela sociedade como alguém que luta pelos direitos da comunidade aparecendo somente de quatro em quatro anos, e ainda por cima com informações inverídicas sobre a aplicação dos recursos.
É Boa Vista entrando no clima das eleições 2024!