Após o anúncio do cancelamento dos concursos públicos, o governador Antônio Denarium (PSL) se viu diante da primeira grande crise institucional de sua gestão – a desaprovação popular de uma sociedade que sobrevive economicamente do serviço público, portanto, em sua maioria, dependente de concursos. 

O que aconteceu foi que o Executivo, de forma emergencial, para se ver livre do problema, literalmente na porta, tentou jogar para os demais Poderes uma responsabilidade que é sua. Não é o repasse do duodécimo o motivo da crise financeira de Roraima. O caos financeiro só tem uma única responsável – Suely Campos (PP) e sua desastrosa gestão. 

O que talvez o Executivo não esperasse, aconteceu: os chefes dos demais Poderes concordaram com a redução de cargos comissionados, abrindo mão de parte dos recursos (assegurados por Lei) para a manutenção dos Poderes, em prol do reajuste das contas públicas do Executivo. Os dois maiores (Judiciário e Legislativo), sem titubear, se dispuseram a ajudar a resolver a questão, ainda sabendo que, diante de catastrófico problema, isso é algo paliativo. 

A questão é: isso resolve? Obviamente que não. O déficit das contas públicas do executivo roraimense só será sanado com o corte na carne do próprio governo. A redução de comissionados precisa acontecer primeiro dentro do executivo, que é o recordista de contratações. O que por si só também não resolve o problema, em definitivo. 

Não é preciso ser especialista em administração pública, tampouco em gerenciamento de crise institucional para enxergar os caminhos da sensatez. Tomo aqui a liberdade de citar três dispositivos necessários (porém não tão impopulares) para solucionar o crash econômico de Roraima:

  1. A venda do patrimônio subaproveitado do Estado. Prédios públicos, terrenos e estatais rentáveis (como a Caerr, por exemplo);
  2. A otimização dos recursos humanos já disponíveis no quadro fixo de servidores. Incentivando e valorizando a mão de obra existente, saberemos onde os excessos podem ser sanados;
  3. Colocar em prática a bandeira de campanha do governador Denarium – o apoio pessoal e irrestrito para com o Presidente Jair Bolsonaro (PSL). Se para Bolsonaro Roraima é prioridade, chegou a hora de mostrar isso na prática. Se o Governo Federal não puder nos ajudar com o acesso aos recursos públicos da União, ninguém mais o fará. 

O momento é de calcular os passos, medir as consequências e, não menos importante, pedir ajuda, independente de crenças políticas. As portas do Palácio precisam estar abertas para quem estiver disposto a se doar para tirar Roraima da lama. Pelo bem comum, é hora de todos remarem o barco na mesma direção. 

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