Fontes muito bem informadas garantem que, no que depender do Ministério Público Federal (MPF), o governador Antonio Denarium (PP) irá responder pelo genocídio Yanomami que vem se agravando por falta de políticas públicas de proteção aos povos da floresta, além da completa prevaricação em prestação de socorro aos indígenas dizimados pela exploração garimpeira e falta de assistência governamental no mais básico, como a ausência de acesso à saúde, alimentos e água potável.
A inclusão do nome do governador de Roraima no inquérito da Polícia Federal que será enviado ao MPF e investiga os causadores do genocídio é esperada também pelos representantes do Conselho Indígena de Roraima (CIR), que perdeu as contas de quantas vezes acionou o governo do Estado para pedir ajuda sobre a grave crise humanitária que ocorre dentro do Estado de Roraima, e que não obteve a ajuda necessária, ainda que esta lhe fosse um direito assegurado.
O motivo que deve render a acusação formal da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o governador do Estado é a sanção de duas leis que incentivam o garimpo, dificultam a fiscalização e autuação de garimpeiros: Uma proíbe a destruição de maquinários em flagrantes de operações contra o garimpo, e outra que permite a utilização de mercúrio na mineração em determinadas regiões de Roraima. Apesar de aprovadas pela Assembleia Legislativa e sancionadas pelo governador, ambas já foram consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em uma reviravolta inédita, ocorrida logo após a posse de Lula (PT), Denarium se voltou contra o garimpo e em favor dos povos originários. Baseado na justificativa de que tudo aquilo que acontece dentro de Territórios Indígenas é de única e exclusiva responsabilidade do governo Federal, Antonio Denarium esquiva-se de sua própria responsabilidade enquanto governador deste Estado, sob o argumento de que “aquilo que era de responsabilidade do Estado foi feito”, dando como exemplo o fato de haver redes penduradas dentro do Hospital Geral de Roraima (HGR), como assistência à saúde indígena e preservação de costumes.
No governo onde tudo falta e ninguém tem culpa de nada, tem rede pendurada no hospital mas não teve debate aprofundado na discussão e aprovação de práticas garimpeiras em Roraima. Teve a preocupação eleitoral de por em prática o programa “Cesta da Família”, com atraso histórico, mas não previu assistência alguma aos povos indígenas que amargavam a fome nas comunidades isoladas. Não teve a humanidade de entender que aquele povo é quem protege a floresta, enquanto muitos integrantes da turma do governador se beneficiam do garimpo clandestino e de ações predatória e mercantil em áreas de proteção.
Garimpeiro sempre pôde entrar lá, mas a ajuda do governo do Estado não pôde. Não faz sentido a defesa passar por esse caminho. O nome disso é omissão de socorro, algo que também é previsto como crime e recairá sobre a administração estadual.
Não parece adiantar muito direcionar a culpa toda para a gestão de Jair Bolsonaro (PL), ex-aliado político, como Denarium tem feito insistentemente, inclusive à mídia nacional. A última entrevista de destaque foi o governador mostrando dois ofícios que foram enviados à então ministra dos Direitos Humanos e atual senadora pelo DF, Damares Alves (Republicanos), para dizer que havia avisado antes da situação da floresta. A agora senadora disse que a resposta àquelas solicitações foram atendidas e recursos destinados ao povo yanomami, e que atuou dentro da legalidade, fazendo também o que lhe competia. Deu no que deu.
O governador que agora se diz contra o garimpo em terras indígenas é o mesmo que sanciona leis em benefício do garimpo desordenado e desenfreado, que é a grande fatia da mineração em Roraima. Poucos mineradores artesanais e empresas legalizadas estão autorizados a realizar o trabalho de garimpagem por aqui, portanto, é crime em cima de crime sendo cometido às vistas de toda uma estrutura de governo e com apoio e aplausos de deputados estaduais que deveriam fiscalizar o Executivo e proteger nossa gente de uma das maiores matanças ocorridas em nosso território, sem que nenhum deles nada fizesse para ajudar.
A história é implacável com seus algozes.
– Os veículos de comunicação precisam parar de abrir oportunidade a jornazistas esquerdopatas que nada sabem fazer, a não ser construir narrativas desprovidas de qualquer credibilidade. Foi-se o tempo em que “uma mentira repetida mil vezes vira verdade”. Hoje, qualquer cidadão tem como checar e comprovar que o jornazista é um mitômano.
– Até consideramos justo a inclusão de qualquer nome para ser responsabilizado na hipótese de a investigação comprovar sua culpabilidade. Mas, a pergunta que não quer calar é: e os crimes cometidos pelos indígenas, ficarão impunes? Gritam por seus “direitos” de cidadão, exigindo atendimento mas, na hora de assumir responsabilidade por seus atos lançam mão da inimputabilidade. Cadê a Justiça? Ah!, essa está fazendo política…