Quando optei por trabalhar com jornalismo, há mais de dez anos, sabia que o caminho não era simples. Mas, de onde venho, uma coisa é fundamental: o respeito ao controverso.
Apontar o dedo para uma opinião diferente da sua, dando à ela uma conotação sentenciosa, nada mais é do que mostrar a falta de percepção que você tem do mundo a sua volta. É direito constitucional o livre pensar. Concordando ou não com isso.
O ataque cibernético sofrido nesta segunda-feira (14) pelo Portal Roraima 1, excluindo reportagens de denúncias políticas do nosso sistema, e retirando o site do ar por duas horas, mostra tão somente que Roraima é terra sem lei, quando o assunto é internet. Os dispositivos legais foram acionados, mesmo a gente sabendo que o provável desfecho é um arquivamento de caso.
Criticar e apontar falhas faz parte do meu ofício, enquanto jornalista. Falar bem de você é publicidade, outro ramo da comunicação. Não quer dizer que o portal não reconheça benfeitorias feitas pelos gestores públicos. Reconhecemos. Mas, em alguns casos bem específicos, somos até vetados de ter acesso à essas informações. Mais um desrespeito à Constituição Federal, diga-se.
Então, enquanto uns poucos gestores públicos encararem o trabalho da imprensa em Roraima como ‘ataque inimigo’, ‘veículo vendido’, estaremos criando uma massa gigantesca de acéfalos funcionais do poder público, como podemos observar com absoluta clareza em alguns setores da administração local.
De onde venho, político, por mais desprovido de inteligência que seja, não foge. Encara. Responde aos jornalistas, gostando ou não do teor da pergunta. Inclusive, os inteligentes (que sempre se destacam) acabam revertendo muitos olhares e dando condições para a imprensa ampliar pontos positivos que não eram anteriormente enxergados. Isso é a maestria de conduzir. Se não tens, procure outra carreira, porque a Política não é pra quem quer, mas sim pra quem sabe.
Encerro a coluna de hoje informando que sei exatamente de onde partiram os ataques. E só posso concluir dizendo: nós não vamos parar.