Avião carregado com droga fez um pouso forçado na BR-174, em julho passado

A operação da Polícia Federal realizada ontem no combate ao narcotráfico, que tem Roraima como rota por meio de voos clandestinos, apenas reforça o que todos já sabemos.  Essa ação ataca apenas uma das ramificações, descoberta por acaso, quando um avião carregado com cocaína caiu no Município de Caracaraí em 2016.

Enquanto a investigação deste caso seguia, outra aeronave carregada com cocaína fez um pouso forçado na BR-174 também em Caracaraí.  O tráfico interestadual nunca parou de usar Roraima com rota e as forças policiais não têm estrutura suficiente para fazer frente a estas organizações criminosas.

Quem faz voo entre Boa Vista e a Serra do Tepequém, no Município do Amajari, Norte do Estado, facilmente consegue identificar inúmeras áreas abertas no meio de lavrado que servem como pistas clandestinas que dão suporte ao narcotráfico ou mesmo ao garimpo ilegal.

Nessas áreas que são abertas  no meio do lavrado, sem qualquer estrutura, podem ser  sinalizadas com os faróis de dois carros estacionados para que o avião de pequeno porte pouse e decole nas primeiras horas da madrugada, livres de qualquer fiscalização.

É assim que os ilícitos ocorrem no Estado de Roraima, seja o tráfico de droga ou de armas, contrabandos, evasão de divisa e outros crimes.  Enquanto isso, muitos concentram suas críticas a falhas na fiscalização na fronteira com a Venezuela.

O crime é bem organizado não só em Roraima, mas nas extensas faixas do território da Amazônia.  Difícil pensar que o Estado brasileiro consiga anular essas forças, já que mal consegue impor ordem na fronteira Norte, onde facções criminosas venezuelanas estão se estabelecendo.  O crime organizado voa alto, ainda que em teto baixo para fugir da fiscalização. Difícil combatê-lo.

*Colunista

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