Forças nem tão ocultas assim plantam o caos para se beneficiarem eleitoralmente (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Embora haja uma evidente campanha para descredibilizar a Operação Acolhida, sob a coordenação do Exército Brasileiro, as ações de acolhimento de venezuelanos que chegam diariamente ao Estado de Roraima têm sido imprescindíveis. Não fosse esse trabalho, que conta com apoio de agências da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil e de organizações da sociedade civil, teríamos um cenário muito pior principalmente na Capital.

Da forma que vem sendo desenvolvida, a operação inicialmente evitou a favelização de Boa Vista, uma vez que o intenso fluxo dos estrangeiros fatalmente os empurraria para invasões principalmente nos bairros periféricos, potencializando bolsões de pobreza que iriam desembocar em um cenário inimaginável, principalmente na questão da segurança pública.

Ao possibilitar o abrigamento dos imigrantes respeitando o núcleo familiar, a Força Tarefa conseguiu amenizar impactos sociais graves, que fatalmente ocorreriam se estas pessoas estivessem na rua com suas crianças e mulheres, as mais vulneráveis em situações de desespero, como a dos venezuelanos que chegam ao Brasil. Os abrigos são essenciais e continuarão sendo por muito tempo.

O que precisa ser melhorado são as ações de interiorização numa velocidade que consiga fazer frente ao movimento em massa de chegada dos estrangeiros. Esse envio de imigrantes para outros estados precisa ser feito prioritariamente na fronteira, no Município de Pacaraima, que é a cidade que mais sofre o impacto dos problemas sociais e de violência gerados por esse grande fluxo de venezuelanos que buscam comida e abrigo em Roraima.

O Exército e seus parceiros têm sido exemplares no acolhimento dos estrangeiros, apesar de todas as dificuldades e desacertos que normalmente ocorrem, a ponto de a Força Tarefa servir de modelo para o mundo em se tratado de acolhimento a refugiados. Tentar desacreditar esse trabalho, como têm feito alguns setores, só contribui para jogar a opinião pública contra essas instituições.

Além disso, fomenta um ódio aos estrangeiros, que explode publicamente alimentado por fake news disseminadas em grupos de WhatsApp, que tentam fazer com que a opinião pública acredite que os abrigos viraram um antro de marginais. Isso apenas complica uma realidade que é difícil para todos, tantos para estrangeiros quanto para brasileiros que se veem excluídos de atendimentos básicos de saúde e acoçados pelo aumento da criminalidade.

Desde o ano passado, tem gente alimentando o ódio e potencializando o caos, inclusive pedindo uma intervenção federal no Estado de Roraima, como se ainda pudéssemos voltar a ser um Território Federal habitado por um bando de ineptos e indolentes. Aliás, há um grupo politico sagaz em fomentar a trairagem e a sabotagem para que determinados políticos se deem bem por meio de intervenções nada democráticas.

O que falta em Roraima é o Governo Federal cumprir a sua parte na questão imigratória, agilizando a interiorização dos venezuelanos, e as autoridades locais descerem de seus palanques eleitorais para que seja criada uma nova Força Tarefa a fim de atacar os principais problemas que afligem a população, com destaque para a saúde e segurança de forma imediata.

Defender uma intervenção e tentar desacreditar a Operação Acolhida faz parte de uma tática velhaca de boicotar tudo aquilo que vem sendo feito para superar essa grave crise. O Estado de Roraima precisa de união dos atores políticos e de todos os dirigentes dos poderes constituídos. Ficar pensando apenas nas próximas eleições e, para isso, rifando o Estado para que seus grupos saiam beneficiados desse caos, não pode mais ser concebido diante da realidade que vivemos. O momento pede que a opinião pública enxergue de forma ampla, pois pode cair em um novo engodo.

*Colunista, idealizador do site www.roraimadefato.com.br

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