O governador Antônio Denarium tem um novo desafio pela frente. Nos próximos dias, mudanças devem ser anunciadas no seu secretariado. A reação geral, de aliados ou não, é: – Mas, já? Fica o entendimento de que os pensamentos andam divergindo acima da média, lá pelo Palácio.
Primeiro tivemos o episódio com o vice-governador, Frutuoso Lins, onde, apesar da reconciliação, ficou clara a falta de unificação dos discursos. Agora, o primeiro escalão começa a se desestabilizar em um momento de absoluta incerteza. Na base do “salve-se quem puder”.
Vou além: se o critério-chave para a escolha dos secretários foi técnico, como anunciado à época, a insatisfação só pode ser política. É aí onde mora o erro. Com tantas cabeças opiniosas decidindo por conta própria, fica difícil conseguir agir em tempo recorde, assim como a sociedade e os problemas do nosso estado exigem.
Denarium precisa trocar quem não corresponde ao seu projeto de governo. Isso é lógico. O problema é que o tiro tem de ser certeiro. O Governo não é laboratório pra ir testando, errando, até, talvez, dar certo. A última governadora que fez isso foi rejeitada nas urnas, impiedosamente, depois de quatro anos de tentativas mal feitas.
Cabe ao chefe do executivo estadual mirar no alvo certo, focar na experiência dos escolhidos e, principalmente, dar as cartas, sem tanto jogo de cintura para agradar as opiniões internas. Tentar agradar a todos não é um bom caminho. Se for necessário, troque, Governador. Mas ao trocar, pese bem na balança dos erros e acertos, quem vem para agregar e quem brinca de ter poder.