Renildo e a mulher, deputada Helena. Foto: reprodução/Facebook @deputadahelena

Despreocupada e certa de que está imune a qualquer observatório, Helena da Asatur, que agora prefere ser chamada agora de Helena Lima, para não ser mais associada a nenhuma de suas empresas, segue radiante em Brasília, cada dia mais rica. No total, a empresa da família de Helena da Asatur já recebeu R$ 610,6 milhões do governo federal. Com Lula (PT) no poder, nem o céu tem limite, literalmente, para a Voare.

O último aditivo foi na ordem de R$ 63 milhões, para a Voare Táxi Aéreo, que presta assistência em serviços logísticos para o Ministério da Saúde e a Funai com locação de pequenas e sucateadas aeronaves. Sempre que vira notícia pelos contratos multimilionários, o casal se une no mesmo discurso: “estamos agindo dentro da lei, cumprindo todas as exigências legais para participar das contratações”. Mas, ao que parece, nem sempre estão.

O líder Yanomami, Júnior Hekurari, denunciou nesta quarta-feira (28) ao Roraima 1 a disparidade de R$ 30 milhões, por exemplo, entre contratos da Voare com a Funai e com o Ministério da Saúde. O mesmo serviço com uma cotação diferente. Hekurari pediu a atuação de órgãos de controle, como a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU), para verificar se existe justificativa técnica e legal para o acréscimo nos valores praticados. A assessoria da deputada ignorou os nossos pedidos de justificativa.

Em um cenário em que tudo esteja dentro do previsto em lei, ainda assim pergunto, se é ou não é fora de tom (moral e ético) uma deputada federal manter essa prestação de serviços com a União e seguir firmando acordos políticos com o próprio governo? Amarrada em contratos assim, que independência e autonomia a deputada Helena tem para tomar suas próprias decisões, sem precisar passar pela bênção de Lule ou de Janje? Vamos aos fatos.

Em cima do muro

Com um discurso de que assinaria o PL da anistia com olhar para a “Justiça, equilíbrio e respeito à democracia”, e reportagem prontinha encaminhada via assessoria de comunicação da deputada (já com a foto dela abraçada com o deputado Nikolas Sousa), Helena ganhou destaque nacional no mês passado por ter retirado sua assinatura do Projeto que dava o perdão para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e que ainda respondem aos processos.

Foto: divulgação/Helena Lima

De última hora, depois de já ter assinado o documento, ela voltou atrás e retirou sua assinatura. Pulou fora do barco da direita e abandonou a causa. Não por peso na consciência, mas, visivelmente, por ordens superiores.

Com este novo aditivo multimilionário nos contratos da empresa de seu marido, da qual Helena já confirmou ter 10% de participação societária, fica mais fácil da gente entender quem pediu para ela retirar essa assinatura do PL da anistia.

E assim as pautas que interessam ao povo de Roraima estão se perdendo, pois a única representante mulher na Câmara dos Deputados, que poderia estar fazendo história nessa legislatura, está mais interessada em manter os contratos de suas empresas com o governo do que fiscalizar o Executivo.

É esse tipo de ação política que Roraima precisa em Brasília? a que acompanha a decisão do “quem dá mais”? A deputada que desde que começou seu mandato já viu seu nome envolto em diversos escândalos agora diz que vai ser senadora, custe o que custar.

De baixa produtividade, com pouquíssimos projetos apresentados até então (no terceiro ano de mandado), Helena Lima quer ser senadora. Diante do serviço por ela prestado como deputada, leitor, diga você: ela merece? Fez o quê para galgar novos degraus, além de aumentar o patrimônio da Voare?

Quando o MDB se federalizar com o Republicanos, provavelmente teremos uma ex-MDBista deixando o barco e acompanhando o presidente Lula em algum partido indicado por ele.

Renildo Lima, marido de Helena da Asatur, preso em flagrante pela Polícia Federal em setembro de 2024, durante a campanha eleitoral, com dinheiro na cueca. Foto: reprodução.

A ver como o senhor Renildo Lima foi preso em setembro passado, em flagrante, nas últimas eleições, com R$ 500 mil em espécie, sugiro que a deputada Helena vá para o PSB, de Chico Rodrigues. Ambos têm métodos muito específicos para esconder dinheiro em momentos de desespero, talvez consigam se alinhar partidariamente com maestria. PSB – Partido que Sabe Botar.

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