Deputado Nicoletti (União). Foto: divulgação

O deputado federal Nicoletti (União) não gostou do correligionário Jorge Everton (União) ter supostamente indicado o novo presidente, Diego Aragão, e o novo diretor, Bruno Guedes, para o Detran Roraima. Protocolou, nesta segunda-feira (28), na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), um ofício, onde “exige transparência” da CPI da Grilagem de Terras, a qual Jorge Everton é presidente. Nicoletti quer que Jorge Everton envie um relatório “com urgência” à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF), com o que se tem de apurado até aqui.

As alegações de Nicoletti são de que suas cobranças são uma resposta imediata às denúncias feitas pela CPI ao suposto envolvimento do governador Antônio Denarium (PP), de seu filho, de empresários e de agentes públicos, em práticas ilícitas relacionadas à regularização fundiária, usando a estrutura do Iteraima para isso. Mas essa interferência do parlamentar federal na CPI que corre na esfera estadual ocorre – com certo atraso – somente após as indicações que  Jorge Everton supostamente fez no Detran Roraima.

Vale frisar que, em outro momento, foi Nicoletti quem indicou o presidente do Detran no governo Denarium. E que o deputado PRF tem ainda no Departamento estadual de Trânsito um grande reduto eleitoral, pois é para aquela categoria a quem destina boa parte de seus projetos. O parlamentar anunciou esta semana, em entrevista à imprensa local, que pretende concorrer ao Senado nas próximas eleições.

Uma nova novela das 21h deve se instalar dentro do União Brasil, que se federaliza com o Progressistas, em nível nacional, nesta terça-feira (29), se transformando numa aliança por aqui também já nas próximas eleições, visto os cenários que já estão se configurando a olho nu, já por agora. Nicoletti e Jorge Everton já estão disputando a atenção do governador.

CPI das Terras

Instalada em fevereiro deste ano, a CPI das Terras trouxe à tona um problema crônico de Roraima – a corrupção na titulação de terras, com depoimentos e provas, segundo a Comissão, com participação de servidores do Iteraima e autoridades. Vale lembrar que o próprio Jorge Everton, presidente da CPI, teve que se defender publicamente da acusação de ter se beneficiado da regularização de lote pertencente à ex-esposa.

Até agora, foram nove reuniões da Comissão. Os resultados mais expressivos obtidos foram a prisão de um depoente, o afastamento da então presidente do instituto, Dilma Costa, que já havia sido recomendado pelo Ministério Público de Contas (MPC-RR), e a elaboração de um relatório preliminar entregue ao Iteraima.

Entre as recomendações contidas no documento, a CPI pede investigação das áreas apontadas como alvo de grilagem, fiscalização desses locais, análise documental, revisão de processos e cancelamento de títulos obtidos de forma irregular.

O que pega é a recomendação feita ao Iteraima, que, por sua vez, é suspeito de envolvimento até o pescoço no esquema. O novo presidente prometeu suspender os títulos emitidos de maneira irregular pelo órgão. Vão investigar a si próprios, a ponto de escancarar a corrupção em sua própria estrutura?

Para aumentar as especulações sobre um final morno dessa CPI, Jorge Everton declarou recentemente: “Havendo interesse do Estado, com o novo presidente do Iteraima, em parceria com o Poder Judiciário e a Assembleia Legislativa, poderemos encerrar essas disputas judiciais, promover acordos e garantir a terra a quem realmente a merece”. A fala consta em reportagem publicada no site da ALE-RR.

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