A severa estiagem e a infestação de pragas, como lagartas e percevejos, resultaram na morte de 5.591 animais bovinos em Roraima, além de devastar 46.329 hectares de pastagens. Os dados foram divulgados na quinta-feira (20), pelo Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater), durante a coletiva de imprensa no Palácio Senador Hélio Campos, em Boa Vista, capital do Estado.
Em resposta à crise, o governo lançou o Programa Emergencial de Apoio à Pecuária Familiar, visando mitigar os impactos da seca, incêndios e pragas que afetam gravemente os pequenos produtores do Estado.
Medidas emergenciais
O decreto de emergência reconhece a situação de anormalidade nos municípios mais afetados, incluindo Amajari, Alto Alegre, Bonfim, Cantá, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Pacaraima, Normandia e Uiramutã. Ele prevê medidas para minimizar os danos e auxiliar a população afetada. As ações incluem:
- Fornecimento de recursos hídricos para consumo humano e animal
- Apoio técnico para a recuperação de pastagens
- Subsídio de até 90% dos recursos utilizados para financiamento e fomento agropecuário
- Renegociação de dívidas dos produtores rurais afetados
- Abertura de crédito extraordinário para despesas urgentes
Apoio financeiro e técnico
O Programa Emergencial de Apoio à Pecuária Familiar oferecerá até R$ 1.750 por hectare afetado, com um teto de R$ 8.750 por produtor. Os agricultores poderão receber o insumo diretamente ou o valor para realizar a compra. O Iater, em parceria com a Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi) e a agência Desenvolve Roraima, liberará os recursos necessários aos agricultores.
Segundo o presidente do Iater, Marcelo Pereira, os produtores afetados devem procurar o escritório do Iater mais próximo, munidos da documentação da propriedade, para dar entrada no programa. “Caso não tenha um dos documentos, podemos emitir o CAF com a declaração de que fez a vacinação do rebanho pela Aderr“, explicou.
Contexto da crise
Em 2023 e no início de 2024, Roraima enfrentou uma severa estiagem, agravada por incêndios florestais e infestações de pragas. A seca prolongada comprometeu a produção de pastagens e resultou em expressivos prejuízos econômicos e sociais para os pequenos produtores rurais.
Desde o início de junho, técnicos do Iater estão realizando visitas nas propriedades rurais para diagnosticar as áreas afetadas. Até o momento, foram registrados 698 diagnósticos em Mucajaí e Iracema, com grande impacto socioambiental e econômico, forçando muitos produtores a venderem seus animais a preços abaixo do mercado.
O titular da Seadi, Márcio Grangeiro, destacou que o programa representa um esforço conjunto entre o governo estadual, instituições de classe e a comunidade rural para assegurar a sustentabilidade do setor agropecuário em Roraima.
