Foto: Felipe Werneck/Ibama

O Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) anunciou na noite da última quinta-feira (13), através de nota publicada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que os alertas de garimpo na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, caíram 73% entre janeiro e abril de 2024 em comparação com o ano anterior.

Se em janeiro de 2023 foram 192 alertas, um ano depois a cifra caiu para 38. Fevereiro, março e abril tiveram, em 2023, 57, 120 e 9 alertas, respectivamente. Em 2024 os números caíram para 21 em fevereiro, 26 em março e, em abril, registraram alta em relação ao ano anterior com 17 alertas.

O Censipam utiliza o sistema LOGAR para detectar e qualificar áreas de garimpo através de análise de imagens de satélites. Esse sistema coleta, identifica e armazena informações sobre essas áreas, permitindo priorizá-las para ações de fiscalização ambiental. O LOGAR possibilita a comparação das áreas garimpadas e do número de alertas ao longo do tempo, emitindo relatórios detalhados. A abrangência das imagens de satélite permite uma avaliação precisa da atividade garimpeira na Terra Indígena Yanomami.

De acordo com informe da Funai, a principal razão para a queda é a presença constante do Governo Lula no território, facilitada pela instalação da Casa de Governo em Boa Vista, capital do Estado, que permite a coordenação de ações de desintrusão entre os diversos órgãos envolvidos.

Milton Tubino, o diretor da Casa de Governo, defende que os dados do Censipam comprovam a saída dos garimpeiros do território. “O cerco aos criminosos está se fechando. Com as operações diárias de segurança, estamos inviabilizando a presença dos garimpeiros e, consequentemente, novas áreas de garimpo”, afirmou.

Entre as recentes ações do governo, uma operação iniciada no último dia 6 de junho destruiu 6 das 11 pistas de pouso clandestinas usadas pelos criminosos. As pistas são de importância estratégica para o garimpo, que necessita de uma infraestrutura enorme de transporte, moradia, comércio e maquinário, uma vez que a atividade extrativista se dá em regiões remotas e de difícil acesso na maioria dos casos, e em especial na TI Yanomami.

Funai, Ibama, Exército e Força Nacional participaram das operações para desmantelar a infraestrutura utilizada pelos criminosos. Ainda foram apreendidos 25 litros de gasolina de aviação.

“O garimpo ilegal contamina rios, solos e animais com mercúrio e outros rejeitos químicos. A atividade criminosa representa uma ameaça existencial para os povos indígenas, que dependem da caça, pesca, coleta de frutos e raízes e cultivos para sobreviver”, diz trecho da nota da Funai.

Os efeitos dessa atividade causam não apenas a fome e a propagação de doenças entre os indígenas, por conta da contaminação dos rios e matas, mas também episódios de violência decorrentes da disputa pelo território.

 

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