Maternidade de lona indo por água abaixo enquanto governo arrumava defeitos na gestão da prefeitura. Foto: reprodução.

A situação ocorrida na última terça-feira (27) no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) foi prontamente resolvida pela Prefeitura de Boa Vista. A Unidade enfrentou um temporal, com um volume de chuva muito acima do esperado, de acordo com a própria Defesa Civil, e ventos que chegaram a 60 km/h. Houve vazamentos pelo sistema de conduítes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e não existiu queda de forro, como falsamente divulgado pelos assessores informais do governador.

A Prefeitura respondeu rapidamente ao problema. Com agilidade e prontidão, as equipes de saúde realizaram imediatamente a transferência de nove crianças que estavam internadas na UTI. Nenhuma delas teve qualquer tipo de comprometimento em seus tratamentos. Com os devidos reparos, o espaço volta a receber pacientes neste sábado (1°), quatro dias após o fenômeno climático.

Ao mesmo tempo em que isso acontecia, o secretário de Comunicação do Estado, Weber Negreiros, prestava-se ao papel de divulgar imagens do hospital municipal em grupos de whatsapp, como forma de se esquivar do problema que ocorria na maternidade de lona, concomitantemente. Ao invés de buscar soluções para o problema de sua equipe, Weber investiu seu tempo livre em arrumar defeitos para a gestão do município. O mesmo secretário que justifica os problemas da maternidade como “evento climático fora da alçada estatal”, é o que aponta a casa do vizinho.

As chuvas na região amazônica são um fenômeno único. Torrenciais e rápidas. Enquanto o governo do Estado se faz de desentendido, a prefeitura trabalha. Patrulha da chuva, limpeza diária, obras de canalização e drenagem, abordagens preventivas em áreas de risco e soluções imediatas para quaisquer eventualidades, em absoluto contraste com uma gestão estadual que não move uma palha para melhorar as condições de atendimento em sua unidade.

Diferentemente da maternidade que custa aos cofres públicos R$ 1 milhão por mês só de aluguel por uma estrutura improvisada, em um contrato que se renova a perder de vista, enquanto a reforma da sede nunca fica pronta, o Hospital da Criança já encontrou uma solução definitiva para o problema. Na maternidade, além de caos e desespero às pacientes, ainda há registros de acidentes mais graves, a exemplo do que aconteceu com a médica Eugência Glaucy, que fraturou o braço depois de cair em uma poça d’água enquanto trabalhava. É com esse histórico que o governo tenta se comparar à prefeitura.

O prefeito Arthur Henrique deu a resposta que um gestor precisa dar: suspendeu a agenda, foi ao local, averiguou qual era o problema, e determinou a solução. O governador, sempre que a maternidade alaga, vai para Brasília, em busca de novas cortinas de fumaça para retirar o foco da população do problema. Caminhos completamente distintos e visões diferentes de se fazer administração pública. Se comparar, a chuva leva.

O cronograma de obras de reforma da maternidade não é cumprido. A promessa foi que a unidade seria entregue até abril de 2023, e até então, não há nem previsão para essa obra ficar pronta. Depois que a prefeitura explicitou que poderá perder recursos federais na ordem de R$ 5 milhões para reforma e ampliação do Hospital Infantil, se não tiver o terreno de maternidade devolvido até o fim do ano, agora é que o governo está sem pressa de se mudar.

Quase 30 mortes já foram registradas na unidade de lona este ano. O governo diz que foi falta de pré-natal, que é de responsabilidade da prefeitura. Ao invés de resolver os seus próprios gargalos, mais uma vez, terceiriza sua responsabilidade em detrimento de respostas prontas, para quem não sabe sequer por quais caminhos seguir. As denúncias contra o Estado não param. De falta de estrutura a medicamentos, sem profissionais e em condições insalubres para realizar atendimentos médicos. E ao invés de resolver, o governo arruma culpados.

Único hospital infantil de Roraima sofre com abarrotamento: atende crianças de todo o estado, além de países vizinhos

O Hospital Santo Antônio é modelo de trabalho intenso na busca de melhorias e soluções para a saúde pública de Boa Vista. Ele recebe pacientes não só da capital, mas também de todos os municípios do interior, incluindo áreas indígenas, além da Venezuela e Guiana. Somente este ano, de janeiro ao início de junho, 80 mil crianças foram atendidas por lá. Com articulação junto ao Governo Federal, a Prefeitura tem investido maciçamente na melhoria da prestação de serviços, e tem ciência de que há ainda muito para avançar.

A população da capital só cresce. O Censo demográfico do IBGE mostrou esta semana que, enquanto o país teve sua população aumentada em 6,5%, Boa Vista registrou um crescimento populacional de 45% em 12 anos – o maior entre as capitais do Brasil. O impacto disso é sentido, sobretudo, nos serviços públicos. É muito mais gente para atender no hospital e nos postos de saúde. Agora no período chuvoso, por exemplo, vê-se explodir o número de casos de crianças com problemas respiratórios.

Com o sistema de saúde sobrecarregado, a decretação de Estado de Emergência foi inevitável, esta semana. A ação permite tomar medidas imediatas, com menos burocracia, para resolver os problemas pontuais, rapidamente. O Executivo tem se articulado junto ao Ministério da Saúde na busca por soluções permanentes, mas até lá, entende que a nossa capital não tem condições de arcar sozinha com a crescente demanda estadual e de mais dois países fronteiriços.

Com estrutura moderna, equipamentos de última geração e qualificação profissional, o Hospital Santo Antônio é referência em atendimentos de média e alta complexidade, ajudando, dia após dia, a salvar a vida de milhares de crianças. Ao longo da atual gestão, a unidade recebeu inúmeras melhorias que otimizaram os serviços, entre elas:

Readequação e ampliação dos leitos de UTI; dobrou a capacidade do trauma; implantação da Unidade Básica de Saúde (UBS) anexa; investimentos nas salas de centro cirúrgico, administrativo, de internação e laboratório; criação do Núcleo de Reabilitação da Criança Portadora de Fissura Labiopalatina (NARFIS); dentre outras. No estado, a maternidade investiu em uma cafeteira para os servidores.

Em 2017, no início da crise migratória venezuelana, a média era de cerca de 100 atendimentos a estrangeiros, enquanto em 2022, este número ultrapassou os 130 mil. De 2020 a 2022, o ambulatório do hospital registrou aumento de 234% de atendimentos a venezuelanos. No ano passado, a unidade realizou 43.448 consultas com especialistas. No estado, as filas para a marcação de consultas e exames virou um martírio para quem busca atendimento. O que se ouve na central de marcação de exames é “estamos sem vagas para os próximos 4 meses”.

Diante de uma demanda crescente, Arthur Henrique tem articulado em Brasília novos investimentos para ampliar a oferta de serviços. Uma portaria do Ministério da Saúde foi publicada, estabelecendo pagamento anual de R$ 5.026.050,00 para fortalecer os atendimentos na unidade hospitalar infantil. No estado, Denarium usa seu tempo para pedir aculturação de indígenas e para eleger a mulher ao Tribunal de Contas.

A Prefeitura de Boa Vista sabe dos desafios da saúde pública em todo o país, e não mede esforços para continuar sendo um caminho de referência na região Norte quando o assunto é cuidar dos nossos pequenos. Diante de contextos próprios e complexos – como a imigração desordenada e o atendimento aos povos indígenas – e com recursos muito aquém dos necessários, a Prefeitura segue disposta a continuar buscando soluções para oferecer saúde com qualidade à população e dignidade às pessoas.

Ainda que em cenários desafiadores, sob más condições climáticas, com uma oposição covarde jogando contra, esse trabalho não vai cessar. Quem tem trabalho a mostrar, e sabe como fazer, não encontra culpados, encontra soluções.

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