O governador Antonio Denarium (PP), que foge de um debate como o diabo foge da cruz, tem usado essa estratégia não somente por covardia, por medo de enfrentar seus opositores que têm muito a dizer e a questionar sobre seu mandato. Em modo kamikaze, que agoniza e entrega os pontos por medo da derrota, o governador de Roraima parte para uma nova mentira: quer convencer a população de que a eleição já está ganha. Só que o mergulho de ponta-cabeça foi em um terreno vazio.
Ele que mente e ludibria seus eleitores com métodos arcaicos de seu marketing político, utiliza-se dessa soberba do “já ganhou”, e, portanto, não teria que se misturar com os demais candidatos, evitando desgastes. O que possivelmente ele e seus coaches não esperavam é que sua ausência fosse interpretada pelos indecisos, quase 7% do eleitorado em Roraima, como covardia estratégica.
A repercussão foi tão negativa, a ponto de haver chuva de críticas nas redes sociais, no boca a boca, e na imprensa nacional. A falta de ideias, de propostas e o excesso de ataques mentirosos aos seus opositores tem feito com que os indecisos expurguem o nome de Denarium para continuar à frente do Executivo. Esse medo das verdades que ouviria, juntamente com o receio de perder ainda mais votos diante das falhas e delitos de sua campanha, são a última pá de cal em cima da reeleição em primeiro turno. O “Fique em casa” começou a funcionar com ele agora.
Campanha rasa
Na tentativa de poupar sua imagem já bem desgastada pela má condução administrativa do Estado, ele pensou que faria bem em esconder-se dos debates e das entrevistas. Com isso, fica nítido o alto grau de desrespeito para com o eleitor. O nonsense maior é com quem queria ouvi-lo, conhecer seus projetos, suas propostas, mas não teve a oportunidade e nem terá. O guia eleitoral foi só de ataques, difamações e calúnias. A ponto da Justiça Eleitoral emitir quase que uma decisão contrária ao grupo de Denarium e Hiran por dia.
Todo dia tem ameaça de multa e retirada de comerciais mentirosos da televisão e das redes sociais. Nos grupos de Whatsapp foi mentira em cima de mentira, despertando o senso crítico e a reação até dos mais discretos participantes. A entrevista marcada para amanhã na rádio 93 também foi desmarcada pelo governador, já que ele tem evitado lidar com quem não concorda que Roraima vai bem. Entrevistas somente para veículos parceiros, que não têm o aval para contrariá-lo ou sentirão no bolso a queda de cotas publicitárias. É assim que ele acha que se governa.
Debates existem não para que apoiadores políticos aplaudam as falas de seus candidatos, eles são feitos para orientar aqueles que não sabem por qual caminho seguir, na hora de escolher em quem votar. No de ontem, o mais importante para nosso estado em termos de audiência, o tapete vermelho foi estendido para que o eleitor entendesse que Teresa Surita (MDB) é, indiscutivelmente, a melhor opção no próximo domingo (2).
Sem mentir, enfrentando os questionamentos dos demais candidatos, ela garantiu melhorias e condições de dignidade para o roraimense, assim como fez durantes suas gestões a frente da Prefeitura. Desmentiu o gabinete do ódio que espalhou que ela aumentaria o horários dos servidores estaduais, focou em discutir ações que vão melhorar a vida do homem do campo, e prometeu obras fundamentais que vão fazer a diferença no dia a dia dos roraimenses.
Prometeu tudo, entregou nada
Já ele, que só sabe dizer que Roraima está cada dia melhor, mandou pagar as progressões da educação faltando poucos dias para a eleição. Antecipou salário, mandou pintar a grade externa do Totozão, e até limpou a fonte interativa, na frente do Pit Stop, tudo esta semana, para mostrar como ele é um trabalhador nato. Que vergonha de gestão, meu Deus. Que falta de sensibilidade para os problemas reais de nossa gente. Que despreparo. Que desprezo pela inteligência do eleitor. É essa gente que engana, que aponta suas próprias mentiras como sendo defeitos dos outros, que quer passar mais quatro anos deixando Roraima cada vez mais no atraso.
A luz não chegou. A internet está do jeito que você já conhece. A água, responsabilidade da Companhia mais lucrativa do Estado, tem seu organograma de comissionados todo indicado por um senador. A Assembleia, que deveria fiscalizar e tratar a duras penas os desmandos e descaminhos desse governo, só aplaude e aprova. Todos estão na mesma foto, em cima do mesmo palanque. Todos na festa de inauguração do HGR, cujo mofo brota das paredes e chuva de sangue cai do teto.
As escolas, cuja administração foi de sua cunhada por quase todo o mandato, estão de fazer vergonha, tanto que o T.R.E teve que mudar dezenas de locais de votação por falta de condições mínimas para se montar um domingo de eleição em uma escola estadual. Quarenta delas fechadas somente nessa gestão. Mandou fechar escola, entendeu? É essa gente que quer mais quatro anos. Mais quatro anos de teatro Carlos Gomes caindo, mais quatro anos de Casa da Cultura, na Jaime Brasil, esfarelando-se. Mais quatro anos sem feira do Passarão. Mais quatro sem conseguir uma cirurgia no tempo correto. Mais quatro sem radioterapia. Mais quatro anos com a chuva descendo entre os leitos da maternidade de lona.
Ele quer mais quatro anos. Mais quatro.
É você quem decide. É só comparar.