Antônio Denarium (PP) e Teresa Surita (MDB). Foto: arquivo/ Secom-RR

O que não é a generosidade senão uma virtude? Só que para poucos. O governador Antonio Denarium (PP) acaba de anunciar 11% de reajuste salarial para todos os servidores estaduais. À primeira vista soa como ato heroico, em hora mais que bem vinda. Não que ninguém desconfie da medida como sendo eleitoreira, justamente em ano eleitoral, mas é um oásis no meio do deserto financeiro do assalariado.

Porém, como tudo nesta vida tem um preço, o orçamento que lute. Vai faltar em algum lugar, ali na frente.  O valor, abaixo da inflação somada ao longo dos três últimos anos da gestão do homem da soja, não acompanha os preços nas prateleiras. Resta saber o motivo para tamanha compaixão a ponto de sacrificar o orçamento para o próximo gestor ou gestora. Eu digo: é o presente de grego deixado pelo ruralista em sua breve e inconsistente vida política.

Em nova tentativa de engatar algum engajamento eleitoral, um último suspiro, assim como foi a obra do Parque Anauá (nunca mais falada) ou a tão grandiosa reforma da Feira do Passarão (nunca mais ouvida), Denarium prova da previsibilidade de seu marketing. O servidor aplaude o aumento e vota na outra.

E atenção, servidor! Deu a louca no gerente!

No que depender da aprovação da Assembleia Legislativa não haverá entraves, tendo em vista o alto nível de subserviência política do presidente daquele Poder para com o chefe do Executivo estadual. O que tiver de ser aprovado por aquela Casa, será. Quanto a isto, o servidor estadual pode ficar tranquilo. Ou nunca.

Porém, quando fazemos uma retrospectiva das ações inconclusas e sem nenhum estudo prévio de impacto orçamentário por parte da equipe governamental, esquecemo-nos que de que o principal recado de Denarium é para a sua algoz, Teresa Surita (MDB). Aqui ele diz claramente, “Saio, mas deixo o rombo pra você tapar”.

E há quem diga que a ruim pro servidor público foi ela. Bem aí.

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