A campanha eleitoral em Boa Vista tomou sérios contornos, digno do que ocorria em décadas anteriores, quando por aqui se polarizaram dos grupos, o do já falecido ex-governador Ottomar Pinto e do hoje ex-senador Romero Jucá (MDB), bem vivo e passando ao largo de todos os processos judiciais acumulados na sua carreira, dos quais 12 só no Supremo Tribunal Federal (STF).

Naquele período, a partir da década de 1980, ocorria de tudo, inclusive foi quando ocorreu o assassinato do jornalista João Alencar, o qual tinha um jornal que atacava de forma veemente o então governador Ottomar Pinto. Nessa época o crime foi institucionalizado, surgindo cemitérios clandestinos, com bandidos no comando da Polícia Civil e os cabeças da milícia,  se trajando de polícia, tendo apoio de pelo menos um desembargador.

Tempos difíceis para jornalistas, pois havia um crime político real de João Alencar (nunca verdadeiramente desvendado devido a forças nem tão ocultas assim), cemitérios clandestinos e uma ferrenha disputa entre os principais grupos, inclusive cada um com seus próprios veículos de comunicação (jornal impresso, rádio e TV) para atacar adversários de forma virulenta e manipular a opinião a pública de acordo com suas conveniências e acordos.

Criticar era perigoso, mas muito perigoso mesmo. Porém, à medida em que o Estado ia se institucionalizando e a política se depurando daquele antro deplorável, armar ataques, promover atentados e simular episódios para acusar adversários ou mesmo retaliar os indesejáveis passaram a ser armas comuns, a partir da década de 1990, principalmente em campanhas eleitorais difíceis.

Quando se percebia que a derrota estava se formando para determinado grupo, fatalmente algo ocorria, seja uma campanha difamatória difícil de ser revertida (por meio de panfletagem ou da rádio cipó), sofismas de todas as espécies jogados nas rádios, atentados forjados (combinado com as vítimas ou não, além da participação de policiais bandidos) e mentiras (hoje chamadas de fake news) de toda espécie e para todos os gostos.

É preciso que a opinião pública de hoje esteja bem atenta ao desenrolar dos fatos, pois estamos diante de uma campanha eleitoral muito difícil, em que Jucá tem nessa disputa sua sobrevivência. Não podemos esquecer que Jucá é daquela época, quando ele chegou aqui casado com uma desconhecida mulher chamada Teresa Surita Saenz, que depois virou Teresa Jucá e que voltou a ser Surita com a separação. Eles conhecem muito bem todos esses meandros.

Todos de olho bem atentos em tudo o que está ocorrendo….

*Colunista

 

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