Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

Embora a pandemia continue sendo uma ameaça, boa parte da população boa-vistense já não respeita mais a quarentena nem o distanciamento social e muito menos a prática de higienização das mãos ao ir a supermercados ou quaisquer outros lugares públicos e privados. Isso é reforçado pelo comportamento dos políticos, que também agem como se não houvesse mais perigo nenhum.

São os políticos quem devem dar não apenas o bom exemplo como também terem a saúde pública como prioridade em suas propostas de campanha eleitoral, uma vez que riscos de novas epidemias mundiais são previstas nos relatos dos organismos mundiais de saúde e especialistas na área.

Estamos pagando um preço muito caro pela omissão inicial de nossas autoridades municipais por não terem estruturado o atendimento primário assim que surgiram os primeiros alardes sobre a chegada da pandemia. Quando a doença chegou e já começava a matar pessoas, ainda assim a maioria dos vereadores fez pouco caso, assim como a Prefeitura de Boa Vista fingiu que o problema não lhe dizia respeito.

A sociedade não pode mais aceitar políticos desse naipe, que não têm atitude nem vontade política de encarar os desafios assim que eles surgem. Boa parte se esconde justamente para não trabalhar ou ter dor de cabeça na busca de soluções. E outra parte ainda se submete às atitudes do Executivo municipal para não assumir suas responsabilidades, como ocorreu no despreparo do atendimento básico para prevenir a doença.

É por isso que as eleições municipais deste ano estão revestidas de um propósito maior, que é garantir políticos e gestores públicos verdadeiramente comprometidos com a estruturação da saúde pública municipal, representada pelos postos de saúde, para onde a população deve se dirigir no primeiro momento antes de qualquer doença se agravar, a exemplo do coronavírus.

Historicamente a população foi engabelada a não exigir a estruturação das Unidades Básicas de Saúde (UBS) para a garantia de uma saúde pública de qualidade, para que não permita sufocar os hospitais estaduais, que também historicamente assumiram toda a responsabilidade de atender a população a qualquer febre e dor de cabeça, superlotando a estrutura para os casos de urgência e emergência, além dos mais complexos.

O eleitor precisa fazer sua parte agora, além de atender aos pedidos das autoridades sanitárias em tempos de pandemia, mas também de cobrar dos políticos que eles assumam verdadeiramente seu papel na saúde municipal desde o princípio, nas suas propostas ainda como candidatos. E que continue cobrando depois de eleitos. Não podemos mais pagar a conta como contribuintes e, na hora da doença, sofrer novamente em busca de atendimento. O momento de cobrar é agora.

*Colunista

1 comentário

  1. Mais uma vez essa classe desacreditada de políticos mostram que não estão nem aí para a população, só pensam nos votos, porque não colocaram voto facultativo principalmente para grupo de risco?
    Depois ainda reclamam que o povo não confiam neles, só dão mal exemplo.

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