Corredores do HGR estão acumulando lixo. Foto cedida.

Médicos de três municípios de Roraima apresentaram 12 relatos ao Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre falhas na infraestrutura necessária ao adequado acolhimento dos pacientes contaminados pelo novo coronavírus.

É o que mostra um levantamento do CFM, divulgado nesta sexta-feira (15), que também revela forte correlação entre o volume de queixas e a quantidade de casos confirmados e óbitos em decorrência da Covid-19 no estado.

Ainda de acordo com o levantamento, oito denúncias foram feitas em Boa Vista, três em Pacaraima e uma em Mucajaí. Os três municípios concentram 1.386 casos confirmados de coronavírus e 296 mortes pela doença.

O Conselho de Medicina analisou as reclamações ligadas à falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), insumos, exames e medicamentos, recursos humanos (como enfermeiros, médicos e equipe de limpeza), material de higiene e logística de atendimento.

Com os dados divulgados hoje, ao menos 27 denúncias vindas de médicos de Roraima já foram protocoladas sobre as condições de atendimento e acolhimento às vitimas de coronavírus. A Associação Médica Brasileira (AMB) recebeu 15 em um mês. A maior parte delas cita a falta de equipamentos de proteção individual.

“Os resultados permitem inferir uma associação estatística entre a quantidade de denúncias apresentadas pelos médicos e o número de óbitos e de novos casos de COVID-19 notificados em cada um dos estados. Isto é, onde há mais médicos atuando contra a epidemia, é naturalmente maior o número de denúncias, que também acompanham o volume de casos existentes e, consequentemente, de óbitos”, aponta o presidente do CFM, Mauro Ribeiro.

Já sobre a situação no Norte registrou 162 denúncias. O relatório analisa que as principais reclamações na região são sobre falta de EPIs (35,9%), insumos (21,1%), materiais de higiene (14,8%), recursos humanos (12,4%), dificuldades na triagem (10,8%) e carência de leitos (5%). As denúncias partem 89% de unidades públicas, 8% privadas e 3% entre instituições filantrópicas e não identificadas.

Questionada, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) não respondeu até o fechamento da matéria

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