Cerca de 300 mil pessoas estão no grupo de risco da doença no Estado - Divulgação/Unifesp

Quase metade da população adulta de Roraima está no grupo de risco para o coronavírus. Ao todo, o estado tem ao menos 187 mil pessoas – ou 48,6% da população, com maior possibilidade de contrair a Covid-19. É o que indica uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Foram considerados grupos de risco idosos (acima de 65 anos), portadores de doenças crônicas (doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, doenças respiratórias crônicas (em particular doença pulmonar obstrutiva crônica), câncer e doenças cerebrovasculares (acidente vascular cerebral – AVC).

Também foram incluídos outros fatores de risco, provenientes de estudos mais recentes realizados nos Estados Unidos e na Europa, como doença renal crônica, obesidade, asma e tabagismo.

Entre os estados, Roraima é o que tem o segundo menor índice, perdendo apenas para o Amapá (45,9%). O Amazonas fecha a lista de estados com a menor população de risco. Entre as unidades federativas com maior grupo de risco estão Rio Grande do Sul (58,4%), São Paulo (58,2%) e Rio de Janeiro (55,8%).

De acordo com Leandro Rezende, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina (EPM-Unifesp) a explicação também passa pelos fatores socioeconômicos.

“Há duas possíveis explicações para essa diferença. Uma tem relação com a maior expectativa de vida nos estados do Sul e Sudeste, onde o nível socioeconômico da população é maior e, portanto, há mais idosos. A outra seria o menor acesso ao diagnóstico médico no Norte e Nordeste, que poderia ter enviesado os dados sobre a prevalência de doenças como diabetes e hipertensão, que, muitas vezes, são assintomáticas no início”, diz o professor.

Ainda de acordo com a pesquisa, no Brasil, 86 milhões de pessoas que apresentam ao menos um dos fatores que pode aumentar o risco de complicações, caso haja contaminação pelo coronavírus.

Dos 54% de adultos dentro dos grupos de risco, 30% deles têm ao menos um fator que pode causar o agravamento do quadro em caso de contaminação, 15% têm dois fatores, enquanto 9% têm 3 ou mais.

O estudo considerou dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013. São as informações mais recentes da área. “Em 2019, teve início uma nova edição da PNS, que ainda não foi concluída”, afirmou Rezende.

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here