O governador Antonio Denarium achou que estava realizando o maior de seus feitos ao transformar as instalações do Estádio Canarinho em hospital de retaguarda para atender à demanda do setor público dentro do cenário do coronavírus. A cena postada em sua rede social é a vergonha de uma nação que prefere construir estádios de futebol em vez de escolas e hospitais.
É humilhante para o povo roraimense ver um governador agindo rápido para concluir a reforma de um estádio, mesmo o futebol roraimense sendo inexpressivo, enquanto não consegue concluir a reforma do prédio do anexo do Hospital Geral de Roraima (HGR). Nem conseguiu estruturar o Hospital das Clínicas, o qual foi inaugurado no governo passado apenas para satisfazer ações midiáticas.
Vergonhoso um governo que trocou quatro secretários de Saúde sem conseguir estancar a corrupção naquele setor, administrando por meio de remendos que favorecem os antigos esquemas. Diante da crise do coronavírus, tudo serviu para manter a situação do jeito que já estava, sob decreto de calamidade, sem licitação e sem prestar conta dos atos administrativos. Tudo muito cômodo para satisfazer a sanha de quem lucra com o caos na saúde pública.
Sabe-se que o governo não tem condições de atender à demanda se o coronavírus sair do controle ou mesmo avançar dentro das previsões mantidas pelas autoridades sanitárias mundiais. Nem transformando estádio de futebol em hospital. Muito menos fingindo que há material, equipamentos e proteção para os profissionais da rede pública.
O que impede a instalação de um caos sem precedentes em Roraima é a competência de um corpo de profissionais de saúde que atua com afinco e competência, seja qual for o cenário e o governo. Nos momentos de crise, diante de qualquer tipo de doença, esses profissionais sempre provaram que estão preparados para agir. Foi assim com dengue, zika, sarampo e outras doenças.
Não fosse isso, esse governo que aí está não tinha como ficar fazendo média nem imagens em um estádio de futebol transformado em hospital, como se fosse uma espetacular cena de governo, quando na verdade é a nossa vergonha sendo exposta.
Foi preciso uma pandemia para o Governo do Estado tomar a atitude de se unir ao Exército e à Prefeitura de Boa Vista para instalar um hospital de campanha. Na verdade, há muito tempo a situação da saúde pública roraimense é de terra arrasada, com pessoas morrendo por infecção ou por falta de estrutura, medicamentos e equipamentos. O coronavírus apenas fez o governo se mexer, pois a opinião pública agora vai cobrar porque trata-se de uma situação em que o mundo está de olho.
Não fosse a pandemia, o governo ainda estava na sua zona de comodismo e falta de vontade, fantasiando uma realidade que só existe nas redes sociais. Ainda assim, em vez de aproveitar o momento para conseguir apoio para concluir o anexo do HGR e estruturar o Hospital das Clínicas, opta por improvisos, mesmo tendo prédios que poderiam representar uma solução definitiva para melhorar o atendimento à população.
O setor reservado no HGR para atender pacientes de coronavírus não tem estrutura adequada e pode provocar mais contaminações diante do que lá se apresenta, com paredes tomadas por rachaduras e infiltrações, móveis velhos e estrutura antiga, renovada apenas com uma pintura para enganar os olhos. Tudo o que a população que utiliza o setor público já sabe como é a realidade. É apenas uma engodo que não suportará uma provável demanda da nova doença.
O cenário do coronavírus só encontrou uma situação de calamidade na saúde pública que vem de outras administrações e que foi mantida na atual gestão. E o povo ainda espera pela desratização do setor. Não será essa pandemia que vai fazer a opinião pública esquecer que o governo Denarium quase nada fez para mudar esse quadro de desespero em que estava a população. Não mesmo.
*Colunista
Seu governador já está sentindo na pele. Sujeito escroto, e puxa-saco. Assisti a conferência de governadores esperando passar vergonha com o nosso governador, que é um canalha e não nos paga o salário devido, e me surpreendi ainda mais com esse homem que eu nem conhecia.
Perguntou-se de maquinário que deveria ser incinerado, e o boçal respondeu sobre índios.