O momento pelo qual passa o Brasil,’com a pandemia do novo coronavírus, tem servido para clarear  algumas situações perigosas pelo qual estávamos passando e o caminho perigoso para o qual estávamos sendo conduzidos pela atual política que está no comando.

Quando o país deu um basta na esquerda, temendo uma ideologia extremista, acabou por avalizar a instalação de um extremismo de direita, que estava tomando corpo de maneira preocupante. Um dos primeiros ataques foi ao ensino superior, com cortes profundo nos recursos para a pesquisa científica.

Neste momento, os pesquisadores são peça-chave em busca da cura da doença que parou o mundo e mostraram-se ágeis para apontar a combinação de remédios para reverter o quadro clínico dos afetados pelo vírus.  Tornou-se óbvia a necessidade de se investir no ensino e na pesquisa, e não apenas atacar o conhecimento sob a ótica de uma ideologia de esquerda ou de direita.

Também aprendemos no sofrimento coletivo que o Sistema Único de Saúde (SUS) é imprescindível para a vida da população, especialmente os mais pobres, que não têm a quem recorrer em situações como essa, em que é necessário atendimento médico gratuito e de boa qualidade.  Na cegueira pela substituição de uma ideologia por outra, surgiram vozes em defesa do fim do SUS, como se esse sistema fosse “coisa de esquerda” ou algo anacrônico por pregar a universalização da saúde gratuita, com clara intenção de se privatizar o sistema.

O Brasil precisa abrir os olhos para essa guerrilha virtual e política entre esquerda e direita, com a substituição de uma ideologia por outra tão extremista quanto.  O coronavírus tem proporcionado a visualização dessa fratura que divide o Brasil e pune tudo aquilo que foi conquistado sob muita luta e sofrimento dos mais pobres.

É necessário que se tenha muita sobriedade por ambas as partes, ou por todas as vertentes,  especialmente aqueles que estão na condução do país, pois esse momento de incerteza e pânico é propício para o surgimento de sérios problemas que serão irremediáveis, caso o povo seja tomado por uma paranoia qualquer.

Pela primeira vez, o mundo está passando por uma pandemia sob uma nova ordem estabelecida pela internet, em que tudo é instantâneo, on-line.  Embora seja positiva a globalização imediata das informações para prevenção e combate, o mesmo ocorre para o lado mal, com fake news, semeadura do pânico e do mau, alimentando temores e paranóias, que são  o combustível para as grandes tragédias.

É por isso que se torna urgente a necessidade de se manter a sobriedade por parte de todos, principalmente lideranças políticas, para que o Brasil não entre em histeria coletiva, nem avance nessa divisão entre esquerda e direita, cavando um fosso que será difícil de ser remediado, se não houver consciência crítica para enxergar os riscos e perigos que nos cercam, sob qualquer ideologia.

*Colunista

 

 

 

 

 

 

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