A cena se repete, como um filme da programação vespertina da TV Globo, aquele que todo mundo já assistiu, mas se habituou a aceitar como se fosse um romantismo tipo “Lagoa Azul”. Desta vez, o governador Antonio Denarium fez o mesmo que o falecido governador Anchieta Júnior e beneficiou os delegados da Polícia Civil,  tratados como  uma categoria superior a todas as demais.

Denarium concedeu um reajuste de quase 50% aos delegados, um valor que chega a um pouco mais de R$10 mil, elevando o salário para cerca de R$33 mil.  Enquanto isso, o governo nega reajuste às demais categorias, inclusive chegou a afirmar que achava injusto os enfermeiros, que entraram em greve por melhores condições salariais e de trabalho, ganharem R$3 mil.

 

É óbvio que esse governo cometeu um dos maiores erros políticos, sabe-se lá induzido por quem, e acabou por decretar uma crise difícil de ser contornada, pois as demais nove categorias  de  policiais civis devem anunciar   greve a qualquer momento, o que deve ser acompanhado pelas demais categorias do funcionalismo público, ignoradas por um governo que não tem a mínima noção do que representa essa decisão de privilegiar uma categoria que já ganha bem e que sempre teve privilégios em outros governos.

Só para relembrar, em  2008 o governo realizou a mesma manobra, mentindo que teria realizado um ajuste dentro do orçamento destinado à Polícia Civil, mas beneficiou  apenas os delegados. As demais categorias engabeladas engoliram o choro e só conseguiram corrigir a injustiça seis anos depois, com uma greve no meio a penalizar obviamente a população.  Desta vez, o cenário se repete, mas com uma reação imediata de convocação para uma greve dos policiais civis.

Não existe qualquer amparo para a manobra realizada pelo  governo Denarium que justifique a decisão de flagrantemente privilegiar os delegados, como se eles fossem uma categoria acima de qualquer outra, detentora de um poder incomum,  semideuses a desafiar qualquer lógica.  E a justificativa do governo é tão esdrúxula, a ponto de subestimar  a inteligência das pessoas, alegando que fez um reajuste no orçamento da Polícia Civil para economizar recursos.

Seria risível se não estivesse tratando o povo com deboche e o funcionalismo púbico com desprezo. Essa equação agora precisa ser resolvida para o bem do Estado.  Já presenciamos essa cena no passado e sabemos que decisões desse tipo só prejudicam a população, que paga a conta no final.  A guerra do funcionalismo está declarada. O governo precisa acordar para a realidade,

*Colunista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

3 comentários

  1. Com todo o respeito aos que entendem diferente, mas não acredito que o aumento do salário dos delegados sejam motivo para a crise orçamentária de um Estado, e alegar isso é recalque da oposição, é inveja dos demais servidores que não ganharam o mesmo aumento. Ao invés de criticar o aumento do profissional e à valorização de seu serviço técnico jurídico deveriam buscar a mesma valorização da sua carreira.

  2. É nisso que dá não prestar a devida atenção a quem se elege como presidente de sindicato. Em geral são todos comprados pelos governantes.

  3. Que ignorância nesse texto, palavras chulas que exaltam desinformação, o reajuste de uma.categoria que estava defasada nao influi em nada para outras, cada uma que se organize, todas sao de natureza DIFERENTES, JAMAIS PODEM SER EQUIPARADAS!
    E ao expor tanto desconhecimento sobre a carreira dos chefes de Polícia judiciária que são denominados de delegados, o mais alto posto que exige conhecimento técnico diferenciado.

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